Centro-Oeste
Frota de ônibus do DF ganhará mais 200 veículos, anuncia secretário

Semob prepara plano de investimento e deve implementar melhorias. De acordo com o secretário Zeno Gonçalves, a previsão é incluir, pelo menos, mais 100 ônibus este ano e outros 100 em 2026
Um estudo feito pelo Instituto Movimento Nacional pelo Direito ao Transporte (MDT) em 12 capitais do país e divulgado em abril destacou, entre outros aspectos, que o Distrito Federal utiliza 93,6% da frota diariamente, isto é, tem uma quantidade relativamente pequena de veículos reserva. Ao Correio, o secretário de Mobilidade, Zeno Gonçalves, anunciou que, até o fim de 2026, deve ampliar a frota, os corredores exclusivos e lançar um aplicativo que vai ajudar o usuário no planejamento do deslocamento diário.
“Apresentaremos, até o fim de maio, um plano de investimento para reforçar a frota. Temos problema de superlotação em algumas regiões, como Itapoã, Paranoá, Santa Maria, entre outras. A previsão é que haja uma ampliação de pelo menos mais 200 veículos até o fim de 2026”, adiantou o secretário de Mobilidade. Desses, 100 chegarão este ano. A frota atual é de 2.967 ônibus. “Além disso, precisamos pelo menos dobrar o tamanho de faixas exclusivas. Até o fim deste ano DER vai concluir a faixa exclusiva nos dois sentidos na região norte”, completou.
O estudo mostrou ainda que o DF tem a frota de ônibus mais nova entre as 12 capitais analisadas. “O DF está à frente de outras capitais em vários aspectos. A frota do DF hoje tem a idade média de 2,16 anos. Das 12 capitais, é a mais nova. Em São Paulo, a idade varia entre 4,6 a 5,7. Curitiba, referência em transporte, tem frota com idade média de quase 9 anos. Em Goiânia, a frota tem mais de 12 anos e em Fortaleza mais de 7 anos”, detalhou o secretário-executivo do MDT, Wesley Nogueira.
Outro quesito apontado como positivo pelo estudo é que o sistema transporta mais de 1,1 milhão de pessoas por dia e mantém, desde janeiro de 2020, as tarifas públicas congeladas em R$ 2,70, R$ 3,80 e R$ 5,50, a depender do tipo de linha. Essa estabilidade só é possível graças a um modelo sólido de financiamento: em 2024, o GDF destinou R$ 1,7 bilhão em subsídios, o equivalente a 74,58% de todo o custo do sistema. Em março, foi instituído o programa Vai de Graça, que dá gratuidade aos usuários aos domingos e feriados.
Desafios
Uma crítica de muitas pessoas é a acessibilidade dos veículos, como apontado pela autônoma Leia Neres, de 39 anos. Moradora de Ceilândia, frequentemente, ela leva a filha Giovana, 8, que tem paralisia cerebral e usa cadeira de rodas, para consultas. “^Há muitos ônibus sem estrutura de cinto de segurança, ou até de rampa. Muitos até têm, mas não funcionam adequadamente”, conta, acrescentando que quando o elevador estraga, é obrigada a esperar outro coletivo.
O estudante de psicologia Gustavo Fernandes, 23, avalia que há necessidade de melhora na pontualidade das linhas. “Tem alguns ônibus que acho que vão chegar em um horário e chegam em outro completamente diferente, ou bem antes ou bem depois. Eu sinto que esse é um aspecto que ainda precisa de muito mais cuidado”, disse.
Sobre acessibilidade, o secretário Zeno Gonçalves destacou que as empresas são orientadas a testarem os elevadores regularmente, mesmo que não sejam utilizados sempre. “Temos sido rigorosos quanto ao funcionamento dos elevadores, 100% dos ônibus estão equipados com eles, mas não são todos que utilizam o tempo todo. A orientação é que o veículo seja lacrado se o elevador não estiver funcionando. O usuário deve reportar o problema imediatamente”, ressaltou. O chefe da pasta informou ainda que está em fase de testes um aplicativo que ajudará o usuário na integração e no planejamento das viagens diárias.

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