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Furacão Melissa causa grandes danos e inundações em Cuba
O furacão Melissa causou grandes danos e alagamentos em Cuba nesta quarta-feira (29), segundo o governo, depois de passar pela Jamaica como a tempestade mais forte a atingir a terra em 90 anos.
Após atingir a Jamaica na terça-feira como um furacão de categoria 5, com ventos muito fortes e chuvas intensas, Melissa chegou ao leste de Cuba nesta quarta-feira com ventos máximos de 195 km/h, um pouco mais fraco.
Até o momento, a tempestade causou cerca de 20 mortes na região: o Haiti confirmou 10 mortes nesta quarta, totalizando 13 no país, outras três pessoas morreram na Jamaica, três no Panamá e uma na República Dominicana.
Miguel Díaz-Canel, presidente de Cuba, informou que a madrugada foi muito difícil, com grandes prejuízos, e que o furacão ainda está sobre o território cubano.
Em Santiago de Cuba, a segunda maior cidade da ilha, a tempestade inundou casas e derrubou árvores, postes e cabos elétricos, informou um jornalista da AFP.
Os ventos também quebraram janelas, painéis e outras estruturas de um hotel onde jornalistas estavam abrigados devido à tempestade.
As autoridades cubanas evacuaram cerca de 735.000 pessoas, principalmente nas províncias de Santiago de Cuba, Holguín e Guantánamo.
Moradores relataram desabamentos de casas e alagamentos nas redes sociais, mostrando a gravidade da situação.
No Haiti, escolas, comércios e prédios públicos fecharam, e dez moradores da cidade de Petit-Goave foram levados pelas águas do rio La Digue, que transbordou por causa do furacão.
Autoridades locais encontraram corpos e continuam procurando pessoas desaparecidas.
O furacão oscila entre as categorias 3 e 5, com ventos que ultrapassam 200 km/h, segundo o Centro Nacional de Furacões dos EUA.
Segundo o último boletim, Melissa deve cruzar a costa leste de Cuba, depois passar pelas Bahamas e se aproximar das Bermudas entre quinta-feira à noite e sexta-feira de madrugada.
Furacão mais forte em 90 anos
Melissa atingiu a Jamaica como um furacão de categoria 5, com ventos de cerca de 300 km/h, o mais forte a tocar o solo na região em 90 anos, conforme dados do Escritório Nacional de Administração Oceânica e Atmosférica dos EUA.
Comparando, o furacão de 1935 devastou os Keys da Flórida com ventos próximos a 300 km/h e pressão atmosférica de 892 milibares.
Antes da chegada do furacão, a companhia elétrica de Cuba desligou o sistema elétrico em várias províncias para prevenir danos maiores.
Em El Cobre, moradores ficaram isolados após enchentes e deslizamentos, e equipes de resgate tentam ajudá-los.
Lionnis Francos, reumatologista, está preso com outras 16 pessoas e tenta manter a calma no local.
Na região da Sierra Maestra, fortes chuvas arrastam tudo pelo caminho, causando grande estrago, segundo o site Cubadebate.
Jamaica declarada zona de desastre
A tempestade demorou para passar pela Jamaica, o que diminuiu a força dos ventos para categoria 3, mas a situação continua grave.
O primeiro-ministro da Jamaica, Andrew Holness, declarou a ilha como uma zona de desastre e alertou a população sobre os riscos de enchentes e deslizamentos.
Moradores relatam que casas foram destruídas, com telhados arrancados e inundações, além de danos a construções externas como currais e cozinhas.
A força de Melissa foi maior que a de alguns furacões famosos, como o Katrina, que devastou Nova Orleans em 2005.
A ONU enviará emergencialmente cerca de 2.000 kits de ajuda para a Jamaica.
Cientistas dizem que as mudanças climáticas causadas pelas atividades humanas têm tornado tempestades como Melissa mais fortes e frequentes.
O meteorologista Kerry Emanuel explicou que o aquecimento global faz com que tempestades ganhem força rapidamente, aumentando a chance de chuvas intensas.
Ele destacou que as enchentes causam mais mortes do que os ventos fortes.

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