Fux pede condenação de Mauro Cid por tentar acabar com a democracia

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou na quarta-feira (10) pela condenação de Mauro Cid, ex-assistente de Jair Bolsonaro, pelo crime de tentativa de eliminação violenta do Estado Democrático de Direito.

Ele foi o terceiro ministro a emitir seu voto no julgamento da ação referente à conspiração para tentar reverter o resultado das eleições de 2022.

Segundo o ministro, apesar de Cid atuar como delator, ele não era apenas um assistente de Bolsonaro; manteve conversas com militares sobre estratégias para monitorar o ministro Alexandre de Moraes.

Além disso, Mauro Cid esteve presente em um encontro na residência do general Braga Netto em 2022. De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), nessa reunião teria ocorrido o repasse de recursos financeiros para custear o plano golpista.

O ministro destacou: “Todos que buscavam convencer o então presidente da República da necessidade de ações concretas para derrubar o Estado Democrático de Direito faziam pedidos e encaminhamentos por intermédio do colaborador”.

A duração da pena ainda será determinada ao término da rodada de votação que decidirá pela condenação ou absolvição dos envolvidos. Caso seja condenado, Mauro Cid poderá ser sentenciado a até 30 anos de reclusão em regime fechado.

Luiz Fux continua seu voto agora avaliando as atitudes dos demais acusados.

Quem são os acusados:

• Jair Bolsonaro – ex-presidente da República;
• Alexandre Ramagem – ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
• Almir Garnier – ex-comandante da Marinha;
• Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal;
• Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
• Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa;
• Walter Braga Netto – ex-ministro de Bolsonaro e candidato a vice na chapa de 2022;
• Mauro Cid – antigo assistente pessoal de Jair Bolsonaro.