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Centro-Oeste

Garimpeiros do Entorno vendem ouro a até R$ 500 o grama

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A região de Luziânia, em Goiás, reconhecida pela riqueza do solo, continua sendo cenário de garimpos ilegais, onde o ouro é comercializado entre R$ 400 e R$ 500 por grama. Essas informações foram compartilhadas por José de Carvalho, um ex-garimpeiro de 71 anos residente na cidade.

José de Carvalho revelou que as terras de Luziânia ainda contêm quantidades significativas de ouro. Segundo ele, os garimpeiros atuam de maneira independente e devido à complexidade para a regularização da atividade, muitos acabam exercendo a mineração de forma clandestina, motivados pela dificuldade financeira.

“Cada garimpeiro consegue extrair, em média, de um a dois gramas por dia”, afirmou o ex-garimpeiro. Ele acrescenta que alguns compradores já conhecem a região e vão até lá, enquanto outros garimpadores preferem vender o ouro fora do município em busca de preços melhores.

Na opinião de José de Carvalho, a região ainda conta com cerca de dez garimpeiros ilegais ativos.

Nos últimos anos, houve um aumento significativo nos pedidos de exploração do solo em Luziânia, principalmente pela empresa canadense Kinross Gold Corporation, que opera no Brasil por meio da Kinross Brasil Mineração S/A. A empresa fez mais de 100 solicitações à Agência Nacional de Mineração (ANM) para autorizações de exploração, destacando o interesse pela região.

Entre 2019 e 2023, os requerimentos de licença eram poucos, entre sete e doze por ano, feitos por diferentes empresas. Em 2024, a Kinross Gold Corporation solicitou 67 dos 78 pedidos recebidos pela ANM. Embora em 2025 os pedidos tenham diminuído, ainda são maiores que nos anos anteriores, com 29 solicitações até setembro, 20 delas da Kinross.

Sobre a possibilidade de uma empresa internacional assumir o controle da mineração na área, José de Carvalho é otimista e aposta na geração de emprego local. Ele espera que os trabalhadores sejam da cidade para fomentar a economia local e acredita que, caso a empresa cause danos ao solo, ela será responsabilizada e poderá usar equipamentos modernos para recuperar a área.

O Metrópoles tentou contato com a Kinross Brasil Mineração S/A, que solicitou sete dias úteis para responder. A Agência Nacional de Mineração e as polícias Federal e Civil de Goiás foram procuradas para comentários, mas não haviam respondido até a atualização desta reportagem.

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