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Garotos Podres explicam à polícia sobre Papai Noel em polêmica musical
A banda de punk rock Garotos Podres revelou que um de seus membros foi investigado pela polícia após uma queixa relacionada a uma música apresentada em um show.
Em um vídeo divulgado recentemente, que mostra um momento do espetáculo no Sesc Belenzinho, antes de executar o sucesso “Papai Noel, Velho Batuta”, o vocalista Mao comentou que o baterista Negralha precisou dar depoimento a uma delegada de polícia fora do estado de São Paulo.
“Nesta semana, a delegada, por videoconferência, questionou Negralha, nosso baterista, sobre essa canção. Ele teve que explicar que Papai Noel não é real. O estranho é que isso é sério. Quarenta anos depois do fim do regime militar, fomos submetidos a um processo inquisitorial, sendo perguntados se a música incita violência. Nosso amigo respondeu ‘Papai Noel não existe’. A delegada ficou emocionada e chorou.” Após isso, a banda iniciou a apresentação da música.
Banda Garotos Podres sob investigação policial
O grupo Garotos Podres informou que foi alvo de uma investigação policial no final de novembro deste ano. A queixa foi motivada pela canção “Papai Noel, Velho Batuta”, lançada em 1985, no período final da ditadura militar.
A notificação foi feita por um membro da extrema direita, cujo nome não foi divulgado. Segundo a banda, a acusação afirma que a letra incentiva violência ao se referir ao sequestro e morte de uma figura lendária representando uma cultura cristã mundial.
O refrão da música, que é o maior sucesso da banda, diz: “Papai Noel, velho batuta/ Rejeita os miseráveis/ Eu quero matá-lo/ Aquele porco capitalista/ Presenteia os ricos/ (Cospem nos pobres)/ Presenteia os ricos/ (Cospem nos pobres)”.
A banda relata que o objetivo do denunciante era impedir que eles realizassem o show, o que resultou em um interrogatório aos integrantes.
Garotos Podres afirmam estar sofrendo censura, destacando que nem mesmo quando a música foi lançada em 1985 durante a ditadura militar foram submetidos a tal processo pelo órgão de censura da época.
Além disso, o baterista, o membro mais jovem da banda que nem era nascido quando a música foi lançada, começou a ter pesadelos recorrentes depois do interrogatório, nos quais era acusado de ter sequestrado Papai Noel sob tortura.
Apoio e Reação
O grupo recebeu suporte de entidades como o Partido dos Trabalhadores (PT) de São Bernardo do Campo, que expressou solidariedade à banda e considerou o caso como mais um exemplo das práticas autoritárias persistentes no Brasil, agora apresentadas como perseguição moral, religiosa e política.
O grupo também condenou qualquer tentativa de calar a arte, a cultura e a liberdade de expressão, que são valores essenciais para uma sociedade genuinamente democrática.


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