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GDF oferece apoio à UnB para tentar reduzir deficit de R$ 92,3 milhões
Objetivo é tratar de mudança legislativa que permita uso de recursos próprios da instituição
Para tentar reverter uma das maiores crises financeiras da Universidade de Brasília (UnB), que ameaça o emprego de servidores terceirizados, o Executivo local prometeu ajuda à Reitoria. O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) ligou para a reitora, Márcia Abrahão, no domingo, e disse que pedirá uma audiência com o ministro da Educação, Mendonça Filho, para falar sobre o deficit da instituição, estimado em R$ 92,3 milhões. Os dois discutiram o apoio do governo a uma mudança legislativa que permita a utilização de recursos próprios da UnB.
O desafio de reduzir as despesas em cerca de R$ 40 milhões coloca em risco o emprego de parte dos 1.248 terceirizados . Um deles é Dayanne da Silva, 30 anos. Grávida de 7 meses, moradora de Ceilândia, ela tem dois filhos, e é o salário de auxiliar de limpeza que garante o sustento da família. “Trabalhamos sob pressão e com o psicológico abalado. Vou tirar licença-maternidade no fim de maio e será que meu emprego estará aqui quando eu voltar?”, questiona.
A mesma ansiedade vive a colega de trabalho, Patrícia Alves, 35, que trabalha na área de limpeza há quatro anos. Moradora da Cidade Ocidental e mãe de dois filhos, ela está abalada. “Meu marido faz alguns bicos, mas não tem carteira assinada e a gente fica nessa insegurança de amanhã não estar mais empregada”, conta.
Alguns motoristas cumprem aviso-prévio e as áreas de portaria, jardinagem, vigilância e copa também se preparam para demitir funcionários. Porteiro da Faculdade de Saúde há seis anos, Carlos José da Silva, 53, tirava uma renda extra com vendas. Mas, desde o fim do ano passado, a chefia o transferiu do horário noturno para o matutino. “Essas demissões nos deixam inseguros. Vivemos em meio a tanta incerteza que não dá para assumir nenhum compromisso”, lamenta.
Coordenadora financeira do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub), Maria do Socorro Oliveira afirma que a entidade representativa de classe discute com a Reitoria alternativas de contrato junto às empresas para que se possa manter o número de servidores e evitar a demissões. “Para isso, se tiver que discutir diminuição dos lucros das empresas, nós vamos fazer. Os trabalhadores têm, geralmente, contratos anuais. São pais e mães de família, a maioria mulheres, que recebem um salário muito baixo e só conseguem manter a casa com essa renda.”
Alunos afetados
Os universitários que fazem estágio em algum departamento na instituição também convivem com a incerteza. Os contratos são mantidos pela Fundação Universidade de Brasília (FUB), mas, até o fim do mês, podem passar para a ser de responsabilidade de cada departamento. Assim, o quadro de 1,1 mil estagiários pode ser reduzido.
Estudante do 5º semestre de farmácia, Luana Borges, 19 anos, atua no Museu de Anatomia Humana da Faculdade de Medicina e está apreensiva com a possibilidade de corte. Ela estagia na UnB há 11 meses e ajustou a carga horária das disciplinas conforme o horário do trabalho. “As atividades nos fazem refletir sobre o que aprendemos em sala de aula. Além do mais, vamos sofrer um impacto, porque vai ser difícil cada departamento arcar com os estagiários”, observa.
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