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General ligado ao plano para matar Lula e Alexandre Moraes

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Mário Fernandes, ex-vice-chefe da Secretaria-Geral da Presidência no governo de Jair Bolsonaro, é identificado na acusação da Procuradoria Geral da República (PGR) como um dos principais líderes radicais envolvidos no suposto esquema para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre Moraes.

Em seu depoimento recente no STF, Fernandes admitiu ser o responsável pelo documento conhecido como ‘Plano Punhal Verde e Amarelo’ — um texto, conforme apontado pela Polícia Federal, que detalhava possíveis cenários para o assassinato das autoridades mencionadas.

Fernandes é acusado como parte do chamado “núcleo 2” no processo da tentativa de golpe de Estado e se manifestou pela primeira vez desde sua prisão em novembro do ano anterior. Ele minimizou o conteúdo encontrado em seus dispositivos eletrônicos, alegando que era apenas uma análise pessoal e não compartilhada.

“Este arquivo digital representa um pensamento meu que foi digitalizado, um estudo de situação, uma análise de riscos feita por hábito pessoal”, declarou o general. Ele negou que o plano tivesse intenções práticas, afirmando que imprimiu o documento apenas para leitura e logo em seguida o descartou.

Contudo, o material apreendido descreve estratégias para ataques a autoridades e fundamenta parte da denúncia da PGR no processo central da tentativa de golpe.

Plano Punhal Verde e Amarelo

O documento foi impresso no Palácio do Planalto por Fernandes e previa, após os supostos assassinatos, a ativação de um “Gabinete Institucional de Gestão da Crise” a partir de 16 de dezembro de 2022. O próprio general da reserva seria o assessor estratégico desse órgão, que entraria em funcionamento após a execução do plano.

Segundo um relatório da PF, Fernandes era um dos militares mais radicais do núcleo envolvido e exercia um papel central na organização da operação para monitorar Alexandre Moraes.

Na época, ele ocupava cargo comissionado na Secretaria-Geral da Presidência, com remuneração na casa de R$ 18.887, além de receber salário militar bruto de R$ 33.223. Também trabalhou como assessor do deputado Eduardo Pazuello. Em nota, Pazuello confirmou sua assessoria no período entre março de 2023 e março de 2024, quando foi identificado impedimento para continuar no cargo.

Em reunião pré-eleitoral de 2022 com Bolsonaro e outros membros do governo, Fernandes sugeriu a necessidade de tomar ações antes das eleições, chegando a mencionar a possibilidade de um novo golpe como o de 1964. A PF também registrou sua participação em manifestações que defendiam a ruptura democrática após a derrota de Bolsonaro.

Relatórios da Polícia Federal indicam que Fernandes esteve diretamente envolvido no planejamento, coordenação e execução de atividades antidemocráticas, incluindo presença em acampamentos próximos ao Quartel General do Exército e contato com manifestantes radicais no pós-eleições.

Ele também teria mantido comunicação direta com o ex-presidente Bolsonaro, manifestando preocupação com a diminuição da força dos atos golpistas.

Além disso, mantinha contato com o general Luiz Eduardo Ramos, ex-chefe da Casa Civil, enviando áudios para orientações e mostrando frustração com as Forças Armadas no fim de 2022.

Nascido em Brasília, filho de militar e professora, Mário Fernandes ingressou no Exército Brasileiro em 1983 pela Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN). É paraquedista como Bolsonaro, doutor em ciência e arte da guerra pela Escola de Comando e Estado-Maior, e possui várias condecorações militares.

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