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General relata ao STF visita a acampamento como cidadão

General do Exército Mário Fernandes, réu na investigação da trama golpista, afirmou em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) que esteve no acampamento montado em frente ao quartel do Exército em Brasília, após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022, apenas como cidadão.
Preso desde novembro do ano anterior, o militar participou por videoconferência do interrogatório referente ao núcleo 2 da ação penal da trama golpista, acusação feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de planejar ações para manter Bolsonaro no poder de modo ilegal.
Mário Fernandes é identificado como ligação entre os manifestantes acampados e o então governo Bolsonaro. Durante o depoimento, ele confirmou suas idas ao QG do Exército, onde se apresentava como cidadão para ouvir demandas sociais e políticas da população.
Ele também defendeu que parte dos manifestantes não tinha intenção golpista, destacando que nem todos os participantes do 8 de janeiro se encaixam nessa classificação. Alguns estavam no local para se reunir como patriotas e discutir temas nacionais, com trajes verde e amarelo.
Na administração Bolsonaro, Mário Fernandes foi secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência e, segundo as investigações, criou o documento intitulado “Punhal Verde e Amarelo”, que continha planos para ações violentas contra autoridades como o ministro Alexandre de Moraes e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O general declarou que o documento era de uso pessoal, mas que ordenou a impressão de cópias que seriam enviadas ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), liderado pelo general Augusto Heleno, também réu. Negou que o material seria apresentado ao ex-presidente Bolsonaro.
Ele explicou que pediu ao chefe de gabinete que imprimisse seis cópias para fornecê-las ao GSI, que atuava na preparação para eventuais crises, não necessariamente a crise apontada pela PGR. O documento tinha função de apoio e assessoria ao general Heleno.
O interrogatório dos envolvidos é uma etapa final do processo, cuja expectativa é que o julgamento do núcleo 2 ocorra no segundo semestre deste ano.
A denúncia da PGR foi separada em quatro núcleos, sendo que o núcleo 1, envolvendo Jair Bolsonaro e outros sete réus, já foi interrogado no mês anterior, com fase de alegações finais em andamento e julgamento previsto para setembro.

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