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Gestor de patrimônio morre, e herdeiro da Hermès renova busca por R$ 94 bilhões “desaparecidos”

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Nicolas Puech, um dos herdeiros da famosa marca francesa Hermès, solicitou ontem, através de seu advogado, explicações sobre o estranho sumiço de suas ações avaliadas em cerca de 14,5 bilhões de euros (equivalente a R$ 94 bilhões atualmente), ocorrido após a morte de seu ex-gestor financeiro, Eric Freymond.

Eric Freymond, que foi acusado por Puech de ter causado prejuízos financeiros, faleceu na semana passada, conforme noticiado pelo jornal suíço La Tribune de Genève. O banco e mecenas das artes, de 67 anos, morreu subitamente numa manhã de quarta-feira próximo ao seu chalé em Saanen, região de Berna.

De acordo com comunicado enviado pelo advogado de Nicolas Puech à AFP, ele expressou pesar pela perda de Freymond, apesar dos conflitos públicos e legais entre ambos, e espera que as autoridades suíças esclareçam rapidamente as causas dessa morte trágica.

Freymond foi amigo e conselheiro de confiança de Puech por 25 anos, mas a relação acabou devido a questões graves envolvendo cerca de 6 milhões de ações da Hermès International pertencentes ao herdeiro, cujo valor total ainda precisa ser confirmado.

A polícia de Berna informou que não poderia divulgar mais detalhes sobre a morte devido a restrições legais de privacidade. Houve também a confirmação de um acidente envolvendo um trem próximo a Gessena, sem mais informações detalhadas.

Eric Freymond estava envolvido em uma controvérsia não resolvida sobre as ações de Nicolas Puech, que acusa seu ex-gestor financeiro de manipulação para fazer essas ações desaparecerem. Puech, que tem 82 anos e é bisneto do fundador da Hermès, entrou com ação contra Freymond.

O tribunal de Genebra absolveu Freymond, considerando as acusações vagas e sem fundamento. Ele também enfrentava processos na França por motivos similares.

Os advogados do gestor falecido, François Zimeray e Jessica Finelle, descreveram seu cliente como uma pessoa sensível, profundamente abalada pelas acusações e dificuldades enfrentadas, e lamentaram a perda como uma experiência devastadora.

Nicolas Puech, geralmente distante da família, detém mais de 6 milhões de ações, correspondendo a 5,76% do capital da Hermès. Uma questão chave é se essas ações foram vendidas durante a discreta aquisição de participação da LVMH, liderada por Bernard Arnault, concorrente da Hermès.

O caso atraiu ampla atenção da mídia na França e na Suíça, com novas acusações feitas em 2023 sobre supostos esquemas financeiros usados para ocultar as ações. Investigações detalhadas feitas por jornais suíços revelaram várias contradições nas alegações, mas até agora o mistério permanece sem solução.

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