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Golpe de Empréstimo: Quadrilha Enganava Pessoas Vulneráveis Financeiramente

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A maior parte das pessoas afetadas pelas fraudes digitais realizadas pela quadrilha capturada durante a Operação Nocaute, na manhã desta terça-feira (1º/7), eram indivíduos em situação financeira fragilizada.

Entre eles, idosos perderam somas significativas de dinheiro devido ao golpe, conforme informou o delegado-chefe da 35ª Delegacia de Polícia (Sobradinho 2), Ricardo Viana.

A organização criminosa estava especializada em fraudes digitais e atua desde 2020 no Distrito Federal. Oito integrantes foram presos preventivamente nesta manhã. “Eles não operavam em áreas específicas, mas de forma dispersa”, disse Ricardo.

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) também cumpriu nove mandados de busca e apreensão em diversas regiões do DF, incluindo Jardim Botânico, Santa Maria, Candangolândia, Ceilândia e Samambaia.

Segundo as investigações, o grupo criminoso vitimou pelo menos 31 pessoas e obteve, de forma ilícita, aproximadamente R$ 2,6 milhões em cinco anos, valor retirado apenas de cinco vítimas. Ainda acredita-se que os ganhos totais dos golpistas ultrapassem R$ 9 milhões.

A maioria dos membros da quadrilha não possuía antecedentes criminais, segundo o delegado. Apesar disso, praticavam as fraudes desde 2020. “Embora alguns não estivessem formalmente registrados com o CNPJ das empresas, conseguimos, através dos depoimentos, desvendar a rede criminosa montada por eles”, destacou o investigador.

Como o esquema operava

Os criminosos cometiam fraudes ao se passarem por funcionários de instituições financeiras legítimas e terem acesso a informações privilegiadas sobre empréstimos consignados celebrados pelas vítimas.

Em seguida, entravam em contato com as vítimas oferecendo a portabilidade do empréstimo, prometendo um desconto de 20% no valor das parcelas e sem aumentar o número de prestações.

As investigações revelaram ainda que as vítimas eram induzidas a contrair um novo empréstimo e transferir os valores recebidos para contas de pessoas jurídicas associadas aos envolvidos, para concluir a portabilidade.

Após cerca de três meses, em média, as vítimas percebem que foram enganadas, pois não recebem os pagamentos esperados e verificam que o empréstimo anterior continua em aberto.

“Depois de acreditarem que o empréstimo anterior tinha sido cancelado, as vítimas faziam um segundo empréstimo e enviavam as parcelas para as contas dos criminosos. O grupo pagava as primeiras três parcelas, mas a partir da quarta, encerrava qualquer contato com a vítima”, explicou o delegado-chefe da 35ª DP.

Continuação das investigações

A Operação Nocaute é a segunda fase da Operação Coworking, na qual um homem de 32 anos foi preso por suspeita de aplicar o mesmo golpe, causando um prejuízo estimado em R$ 330 mil.

O número de envolvidos pode aumentar conforme as investigações avançam, incluindo outras delegacias.

“As 31 vítimas poderão gerar 31 inquéritos, o que pode levar à responsabilização de mais pessoas nos processos penais futuros”, completou Ricardo Viana.

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