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Golpe espiritual: como agia o pastor influencer para enganar fiéis

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Marcos Túlio Galdino, pastor de 38 anos, é acusado de aplicar um golpe de estelionato espiritual em uma fiel, utilizando-se da fé da vítima para obter vantagens financeiras. Com mais de 24 mil seguidores no Instagram e 3 mil inscritos no YouTube, o líder religioso, conhecido como “Ministério Marcos Túlio”, ganhou fama pelas supostas profecias feitas durante os cultos.

De acordo com uma das vítimas, Marcos atraía os seguidores para transmissões ao vivo no Instagram e os orientava a entrar em contato via direct. Nesses contatos, ele requisitava dinheiro por meio de uma forte pressão moral, utilizando profecias e propósitos espirituais.

Em 27 de março do mesmo ano, durante uma transmissão ao vivo, o pastor mencionou o nome da fiel e pediu que ela entrasse em contato após o encerramento da live. Durante a conversa, ele disse possuir mensagens que seriam “da parte de Deus” e indicou um “propósito” no valor de R$ 777. A vítima entendeu inicialmente que o valor seria R$ 277, completando depois a quantia para R$ 777 com outro pagamento via Pix.

Na manhã de 29 de março de 2025, o pastor iniciou uma nova conversa alegando ter tido uma visão de que a filha da fiel estaria correndo risco e faria um voto financeiro para impedir uma tragédia. Apesar de desconfiada, a vítima acabou efetuando mais duas transferências após insistência do pastor.

Somados os valores, a fiel perdeu R$ 930. Ao perceber o golpe, ela pediu o ressarcimento, que não foi realizado. O caso foi registrado na 17ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Norte) e o pastor foi condenado pela Justiça do Distrito Federal a pagar R$ 4 mil em danos morais e materiais.

Marcos Túlio afirmou que o desafio de fé foi voluntário e que não houve pressão psicológica. Disse ainda que já enfrentou acusações similares e que pretende resolver a situação judicialmente. Ele afirmou também acreditar que a fé da vítima é que teria poder para melhorar sua situação.

Decisão judicial

A 3ª Turma Recursal dos Juizados Especiais ressaltou que o acusado usou da fé da vítima para obter benefício financeiro, causando danos materiais e morais. A Justiça entendeu que o abuso da fé para fraudes gera responsabilidade civil e condenou o pastor à devolução do dinheiro e ao pagamento de indenização no valor de R$ 4 mil.

A decisão foi unânime e destacou o uso de manipulação pelos métodos do pastor, o que acarretou significativo impacto na honra e vulnerabilidade da vítima.

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