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Golpista exigiu R$ 800 para devolver cachorro perdido no DF

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Os proprietários do Serã, um cachorro que desapareceu após ser atacado por dois cães no Cruzeiro (DF), passaram por uma situação de golpe enquanto buscavam pelo animal, que foi encontrado no último domingo (9/11). Um criminoso utilizou imagens geradas por Inteligência Artificial (IA) para simular ter localizado o cachorro e receber uma recompensa de R$ 800.

Em conversas capturadas com o tutor do Serã, o biólogo João Alvarez, o golpista afirmou ter achado o animal e exigiu o pagamento antecipado antes da entrega. A foto usada inicialmente parecia legítima, e, segundo João, a angústia pela ausência do cão fez com que ele efetuasse o pagamento sem hesitar: “Agora, vendo as conversas, parece óbvio que foi um golpe, mas na hora do desespero ficamos vulneráveis”, relata.

O tutor pagou R$ 300 e questionou a localização do criminoso. Eles marcaram um encontro, mas o golpista insistiu que só entregaria o cachorro após o pagamento total de R$ 800. Quando João informou que o valor restante seria pago após a entrega, o fraudador respondeu: “Não! Manda o dinheiro que eu já estou indo, se não eu vou voltar, combinado é combinado”.

João percebeu a fraude após receber uma segunda imagem do Serã gerada por IA e optou por não responder mais, além de registrar um Boletim de Ocorrência.

Apesar da decepção, o tutor não se arrepende de ter oferecido recompensa pela busca de Serã. “Felizmente, a maldade não supera a solidariedade de quem ajudou”, afirma.

Como evitar esse tipo de golpe?

Especialistas aconselham analisar detalhadamente o material recebido para identificar se foi gerado por IA. O especialista em IA, Antonio Netto, recomenda observar características anatômicas incoerentes, como número errado de dedos, articulações estranhas, orelhas assimétricas e olhos ou dentes mal definidos. Também há anomalias no fundo das imagens ou vídeos.

Letreiros com palavras sem sentido são outro sinal de que uma imagem foi criada por IA, já que essas ferramentas não conseguem produzir textos legíveis, conforme Antonio.

Fabiano Carvalho, especialista em transformação digital e CEO do Ikhon Tecnologia, destaca a existência de sites para detectar se uma imagem é artificial, como ‘AI or Not’ e o detector de IA do site ‘Hugging Face’. Além disso, plataformas como Google Lens e TinEye ajudam na verificação da origem das imagens.

O perito em crimes cibernéticos Rodrigo Fragola explica que a IA pode simular rostos, vozes e documentos com grande realismo. É essencial desconfiar de conteúdos acompanhados de notícias chocantes, exageradas ou com caráter de urgência suposta.

“Quanto mais conhecimento se tem sobre as fraudes digitais, menor o risco de ser vítima de manipulações e golpes online”, reforça Rodrigo Fragola.

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