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Gonet solicita manter prisão de Marcelo Câmara por suspeita de interferência em delação

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que a prisão preventiva do coronel Marcelo Câmara, ex-assessor de Jair Bolsonaro, continue em vigor, devido a suspeitas de tentativa de influenciar o acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid.
Gonet se posicionou contra o pedido de liberdade feito pela defesa de Câmara. O ex-assessor foi detido no mês passado após seu próprio advogado, Eduardo Kuntz, encaminhar uma petição ao STF relatando ter conversado com Mauro Cid para obter detalhes sobre a delação premiada.
Em mensagens apresentadas por Kuntz, trocadas com um perfil no Instagram que ele afirmou pertencer a Mauro Cid, o advogado pediu que o tenente-coronel omitisse Marcelo Câmara em seus depoimentos e sugeriu que ele mudasse de representante legal e contratasse um novo advogado.
Paulo Gonet apontou que as capturas de tela anexadas mostram mensagens do advogado ao suposto perfil de Mauro Cid onde se lê: ‘Poxa…peça para ele falar sobre o Câmara… você sabe que ele não fez nada de errado’ e ‘Aquela história da Professora… o Câmara disse que se você afirmar que Professora é a Madre Teresa, está passando uma informação incorreta (…)’.
Para o procurador-geral, esses trechos indicam que Marcelo Câmara não só estava a par das conversas conduzidas por seu advogado, como também se beneficiou delas para sua defesa.
Gonet sustenta que esses indícios demonstram riscos reais para o andamento do processo e para a aplicação da lei penal, justificando, portanto, a manutenção da prisão do coronel. A Polícia Federal instaurou um inquérito para apurar os fatos.
O procurador ressaltou que a tentativa de acessar dados relativos ao acordo de colaboração premiada, protegidos por sigilo, evidencia o perigo concreto para a instrução criminal e para a justiça penal.
Marcelo Câmara já tinha sido preso entre janeiro e maio do ano anterior, após a Polícia Federal identificar que ele monitorava os deslocamentos do ministro Alexandre de Moraes.
Após o período de prisão, ele foi liberado mediante medidas cautelares, mas com base nos novos fatos revelados pela própria defesa, o ministro ordenou sua reclusão.

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