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Governador de Wisconsin pede que Trump não visite Kenosha
O governador de Wisconsin, Tony Evers, e o prefeito de Kenosha, John Antaramian, pediram para que Donald Trump não visite a cidade, onde distúrbios deixaram dois mortos e dois feridos na semana passada, mas o presidente dos Estados Unidos mantém os planos de viajar na terça-feira. Cerca de 3.200 quilômetros a oeste de Kenosha, na cidade de Porland, no Oregon, um homem morreu com um tiro no peito após simpatizantes de Trump e integrantes do movimento Black Lives Matter (“vidas negras importam”, em tradução livre) se enfrentarem no sábado passado.
A agitação social nos EUA, agravada pela pandemia de Covid-19 e a crise econômica, ocasionou protestos e, consequentemente, distúrbios desde 25 de maio, quando o homem negro Geoge Floyd foi sufocado até a morte por um policial branco em Minneapolis, no estado de Minnesota. Em cidades de todo o país, grupos de simpatizantes de Trump têm marcado presença nas ruas armados. O presidente americano aproveitou os distúrbios para reforçar a mensagem de “lei e ordem” de olho nas eleições de 3 de novembro, nas quais buscará a reeleição. A campanha do democrata Joe Biden acusa o republicano de incitar à violência. Evers, que integra o Partido Democrata, assim como Antaramian, enviou uma carta a Trump pedindo que “respeitosamente reconsidere” a visita a Kenosha, onde Jacob Blake, um homem negro de 29 anos, ficou gravemente ferido ao levar sete tiros de um policial branco pelas costas, outro incidente que reacendeu os protestos.
Nas manifestações posteriores ao fato, Kyle Rittenhouse, um adolescente branco de 17 anos que portava um fuzil de assalto, foi acusado de matar dois manifestantes e deixar outro ferido. “Eu e outros líderes da comunidade entramos em contato. Estamos preocupados com o que a presença (de Trump) pode significar para Kenosha e o nosso estado. Eu me preocupo muito que sua presença só sirva para dificultar a nossa recuperação”, comentou Evers.
O governador disse se sentir preocupado porque a presença de Trump “só irá atrasar a meta de superar as divisões e seguir em frente”. Antaramian argumentou que, “embora as visitas dos presidentes sejam sempre bem-vindas nesta grande cidade, este não é o melhor momento para uma visita”. “Estamos angustiados e concentrados em superar esta situação, em nos reunirmos como uma comunidade, e em reconstruir. Há muito a se fazer em Kenosha para ouvir e compreender, e receio que uma visita do presidente possa atrasar este importante trabalho”, analisou o prefeito.
*Com informações da Agência EFE
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