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Governadores ajustam finanças mirando 2026 e discurso contra Lula
Governadores de direita e centro-direita, que pretendem concorrer à presidência no próximo ano, estão acelerando medidas para equilibrar as finanças de seus Estados. O objetivo é fortalecer a narrativa de ajuste fiscal e diferenciar-se do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que busca a reeleição, e de seu partido.
Ouvidos pelo Broadcast Político, os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), Paraná, Ratinho Jr. (PSD), e Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), adotaram privatizações como forma de arrecadar recursos e defendem a redução da máquina pública para cortar despesas. Excepto Tarcísio, em seu primeiro mandato, todos foram reeleitos e promovem austeridade desde 2019.
Mesmo em Estados endividados, como Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Goiás – que estão em Regime de Recuperação Fiscal – os governadores priorizam ajuste fiscal sem aumentar impostos. A elevação do IOF pelo governo federal, tarifas norte-americanas e medidas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçaram a oposição contra elevações tributárias.
São Paulo
Tarcísio de Freitas destacou a redução de desperdícios e ampliação de investimentos sem aumento de impostos. A desestatização da Sabesp (R$ 14,7 bilhões) e Emae (R$ 1,04 bilhão) gerou caixa, assim como a diminuição de 38,8% dos cargos comissionados. Outros governadores também ressaltaram vendas de estatais como fontes de capital.
Tarcísio afirmou que sua agenda liberal e o Programa de Parcerias e Investimentos são soluções para conter a crise fiscal e a inflação causadas pelos gastos do governo Lula. A privatização da Sabesp permite investimentos estimados em R$ 260 bilhões, apesar de São Paulo continuar sendo o estado mais endividado junto à União, com dívida de R$ 292,9 bilhões.
Minas Gerais
O governador Romeu Zema atribui os desafios fiscais à gestão anterior do petista Fernando Pimentel. O número de secretarias foi reduzido de 21 para 14. Em 2018, o déficit herdado era de R$ 11 bilhões; em 2024, o superávit previsto é de R$ 5 bilhões. No entanto, Minas Gerais ainda deve cerca de R$ 165 bilhões à União e mantém um gasto elevado com pessoal.
Rio Grande do Sul
Eduardo Leite promoveu privatizações como a venda da CEEE, Sulgás e Corsan, projetando R$ 46 bilhões em investimentos. Seu governo implementou medidas de contenção que resultaram em superávits desde 2021. Apesar de divergências nos números da dívida, o governador destaca aumento da capacidade de investimento e críticas ao governo federal por não promover eficiência nos gastos.
Paraná
Ratinho Jr. implantou privatizações e concessões em setores como telecomunicações e infraestrutura desde 2019. O programa Descomplica visa simplificar processos e conter gastos. O Estado mantém despesas com pessoal abaixo dos limites legais e possui nota máxima na capacidade de pagamento, embora seja o sexto mais endividado com R$ 12,6 bilhões.
Goiás
Ronaldo Caiado criou um Fundo de Estabilização Econômica e critica o governo federal pelas altas taxas de juros que prejudicam investimentos. Recebeu o Estado com uma dívida histórica de R$ 22 bilhões e alcançou superávit primário desde 2021. Ele rejeita aumento de impostos e destaca aumento da arrecadação por combate à sonegação. Goiás é o único Estado que formalmente protocolou pedido de adesão ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas (Propag).
A venda da Celg-T em 2021 gerou ganho de capital ao Estado, ajudando a custear a previdência estadual. Apesar das projeções otimistas, o Tesouro Nacional ainda avalia os dados fiscais de Goiás. Contudo, o Estado atingiu nota A no Regime de Recuperação Fiscal em 2024, demonstrando cumprimento das metas fiscais.

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