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Governadores de direita destacam Milei e minimizam Trump após tarifaço

Em meio às críticas direcionadas a Donald Trump pelas novas tarifas impostas, governadores brasileiros de direita têm buscado no presidente argentino Javier Milei uma referência política e econômica. Milei é visto como um modelo pela forma como está lidando com a crise surgida a partir das tarifas americanas e pela sua política de cortes nos gastos públicos, mantendo-se distante ideologicamente do governo Lula.
A aproximação entre Milei e os governadores que se preparam para disputar o legado do ex-presidente Jair Bolsonaro em 2026 seria oficializada em um encontro promovido pela Consulting House, grupo voltado a conectar políticos e empresários. Entretanto, a participação de Milei foi cancelada, conforme apurado pelo colunista Lauro Jardim. Ainda assim, esse tipo de alinhamento com Milei já vinha sendo sinalizado anteriormente por esses governadores.
Recentemente, o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), recebeu em seu estado o secretário de Turismo, Esporte e Meio Ambiente da Argentina, Daniel Scioli, ex-embaixador no Brasil durante o governo Bolsonaro, que agora integra o governo Milei. Scioli tem intensificado ações para fortalecer os laços entre os dois países, incluindo promoções aéreas para argentinos visitarem Santa Catarina, reconhecida pelos turistas do país vizinho.
Jorginho Mello ressaltou a importância da Argentina como parceira turística e econômica, afirmando que o estado se torna uma extensão daquele país no verão, com interesse em ampliar essas conexões para gerar mais oportunidades de negócios.
Este não foi o primeiro contato de Jorginho com a liderança argentina. Em eventos anteriores, ele esteve ao lado de Milei e outros governadores como Tarcísio de Freitas e Cláudio Castro, em ocasiões que celebraram a vitória de Milei. O governador do Paraná, Ratinho Júnior, também exaltou a eleição do argentino afirmando que “a liberdade venceu”.
O presidente argentino tem sido apontado como um exemplo recente por governadores como o de Goiás, Ronaldo Caiado (União), que destacou a negociação de Milei com os Estados Unidos como modelo em contraponto à postura do governo brasileiro diante do tarifaço.
Porém, essa questão tem criado dificuldades para Caiado e outros, que antes apoiavam Trump. Pesquisas indicam que a maioria da população desaprova as novas tarifas americanas, e governadores enfrentam o desafio de equacionar pressões políticas ideológicas com a responsabilidade de atender seus eleitores e setores produtivos prejudicados.
Tarcísio de Freitas enfrenta esta mesma tensão, dado que São Paulo é fortemente impactado pelas tarifas. Tentativas do governador de negociar diretamente com a embaixada dos EUA provocaram até atritos com aliados bolsonaristas. Mesmo assim, ele continua a enxergar no presidente argentino um modelo a ser seguido, especialmente no que diz respeito à redução de gastos públicos.
De modo semelhante, Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais, defende medidas rigorosas de contenção de despesas, semelhante à estratégia adotada pela Argentina, como uma forma de enfrentar a crise econômica do Brasil.

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