Governo acompanha CPI do INSS e vê pouco impacto na imagem de Lula

O Palácio do Planalto tem monitorado atentamente a repercussão da CPI do INSS nas redes sociais e percebe que a comissão dificilmente afetará a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Pesquisas internas indicam que as informações reveladas na CPI não têm provocado grande impacto no governo, contrariando as expectativas negativas iniciais com a instalação da comissão.

Os relatórios governamentais apontam que os vídeos e trechos da CPI têm circulado principalmente entre grupos bolsonaristas, que já não apoiam o presidente.

A análise política e de comunicação mostra que o governo tem conseguido minimizar os efeitos adversos no Planalto, mesmo após dificuldades iniciais na formação da CPI, considerada um início desfavorável para o governo por muitos auxiliares de Lula.

Os cargos principais na CPI ficaram com representantes da oposição: a presidência, ocupada pelo senador Carlos Viana (Podemos-MG), e a relatoria, pelo deputado Alfredo Gaspar (União-AL).

Após a primeira fase, o Planalto ajustou sua estratégia, montando uma equipe dedicada a controlar a aprovação de requerimentos com muito cuidado. Na semana anterior, a base governista evitou a convocação para depoimento de José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Frei Chico ocupa o cargo de vice-presidente no Sindicato Nacional dos Aposentados da Força Sindical (Sindnapi), organização que teve seus locais alvos da Operação Sem Desconto, que investiga um esquema de fraudes bilionárias no INSS. Diferentemente de outros membros do sindicato, ele não é mencionado no inquérito.

Além disso, o Planalto estabeleceu uma coordenação unificada entre senadores e deputados da base para alinhar a estratégia, sob a liderança do deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), que mantém contato direto com a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, para sincronizar as ações relacionadas à CPI.