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Governo ameaça cortar cargos de quem apoiar anistia

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A equipe de articulação política do governo está atuando firmemente para impedir que a anistia aos condenados por atos golpistas, que pode beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro, seja aprovada na Câmara dos Deputados.

O principal objetivo do Palácio do Planalto é evitar que a urgência, mecanismo que acelera a votação do projeto, seja sequer discutida. No entanto, governistas reconhecem a possibilidade de pressão do bolsonarismo e do Centrão para que a medida seja votada, e já há ameaças de retirada de cargos daqueles que votarem favoravelmente.

Parlamentares aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro tentam pressionar o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para pautar o tema e desejam que a urgência e o mérito do projeto sejam aprovados até a próxima quarta-feira.

Hugo Motta ainda não escolheu o relator do texto nem definiu a data da votação, mas a tendência é que haja uma decisão mais clara após reunião com líderes partidários na terça-feira.

Para impedir a aprovação da urgência, a Secretaria de Relações Institucionais, liderada pela ministra Gleisi Hoffmann, está mapeando os cargos federais indicados por deputados do Centrão. O governo pretende pressionar os parlamentares para que não votem a favor do projeto ou, caso não possam votar contra, recomendam que se ausentem da sessão.

Gleisi Hoffmann afirmou publicamente que os que permanecerem em cargos do governo devem ter compromisso com o presidente Lula e com as pautas prioritárias do governo, incluindo os indicados por deputados e outras lideranças.

O presidente do PT, Edinho Silva, reconhece a forte pressão para a pauta ser discutida, mas afirmou que o partido está preparado para enfrentar a oposição e reforçou que não pode permitir a aprovação da anistia, que seria uma vitória para a direita nacional e internacionalmente.

Internamente, membros do PT e do MDB admitem insatisfação com o ritmo de liberação de emendas, destacando que o governo precisa acelerar esse processo para evitar que deputados votem a favor da anistia.

Na próxima reunião de líderes, a base do governo pretende pedir a prioridade para votar um projeto que isenta quem ganha até R$ 5 mil do Imposto de Renda, buscando disputar a atenção com a pauta da anistia e mobilizar a sociedade.

Não há consenso sobre o texto da anistia: integrantes do PL ligados a Bolsonaro querem recuperar a elegibilidade dele, enquanto o Centrão prefere uma versão que não permita sua participação nas urnas, apenas anulando sua condenação na trama golpista.

O deputado Zeca Dirceu (PT-PR) declarou que o governo está empenhado para impedir qualquer versão da anistia, afirmando que a urgência não será pautada e que, caso seja, será derrotada no voto.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), também acredita que a aprovação ocorrerá apenas em um cenário de derrota, destacando que são necessários 257 votos para isso e que o partido está firme para derrotar a pauta, se for colocada em votação.

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