Governo chama 501 médicos para atuar em regiões carentes

O Ministério da Saúde selecionou 501 médicos especialistas para iniciar atendimentos a partir de setembro em áreas carentes do Brasil. Estes profissionais receberão bolsas que podem chegar a R$ 20 mil para trabalhar em municípios com escassez de médicos.

Todas as unidades federativas serão beneficiadas, com 65% dos profissionais destinados principalmente às regiões Norte e Nordeste. Ao todo, 993 médicos participaram do processo seletivo, que integra o programa “Agora Tem Especialistas”.

Os especialistas vão atuar em diversas áreas, como cirurgia geral, ginecologia e anestesiologia. O programa oferece capacitação nas principais especialidades e divide as bolsas em três faixas, com maiores valores para locais com mais dificuldade de acesso a serviços especializados. Dos selecionados, 138 receberão R$ 20 mil, 188 ganharão R$ 15 mil e 175 terão bolsas de R$ 10 mil.

Alguns candidatos não puderam ser incluídos por falta de documentação obrigatória, como o Registro de Qualificação de Especialista (RQE). Conforme explicado pelo ministro Alexandre Padilha, esses profissionais ficarão em lista de espera e poderão ser convocados após regularização dos documentos.

Padilha destacou que os médicos aprovados possuem em média 12 anos de experiência, exatamente o perfil desejado, contrariando críticas que afirmavam que apenas recém-formados participariam do programa.

“Se continuarmos usando as mesmas estratégias de sempre, não conseguiremos superar esse enorme desafio”, declarou o ministro.

Sobre o programa

Lançado novamente em maio pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o programa visa reduzir as longas filas para atendimento especializado no SUS, promovendo maior agilidade no diagnóstico e no início de tratamentos para doenças graves como câncer.

Além das vagas ofertadas neste edital, o programa prevê que dívidas do setor privado de saúde possam ser compensadas por meio de serviços prestados para o SUS. Também foram anunciadas 150 carretas equipadas para realização de cirurgias, exames e consultas em regiões remotas, incluindo ações voltadas a caminhoneiros e mutirões em terras indígenas.

O Ministério da Saúde planeja ainda a concessão de 3 mil bolsas para formação de médicos especialistas e o desenvolvimento de novos programas de residência médica em parceria com a Associação Médica Brasileira (AMB).