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O governo do Estado de São Paulo está reforçando as negociações entre a concessionária Move São Paulo, responsável pela linha 6 do metrô paulista, e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a obtenção do empréstimo de longo prazo, mas não descarta a possibilidade de caducidade da concessão. “A caducidade não está descartada, mas, na nossa avaliação, é a última medida a ser tomada. Vamos trabalhar intensamente nesse final de ano para que a questão possa ser solucionada”, disse o secretário de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni.

Segundo ele, o esforço do governo paulista, no momento, é o de colaborar junto ao BNDES para que o banco de fomento possa fazer o financiamento de longo prazo para as empresas. “Todo nosso esforço é para que, neste final de ano, possamos solucionar a questão para retomar as obras”, comentou.

Ele salientou que não se trata de um problema do governo, mas das empresas que formam o consórcio, entre as quais estão a Odebrecht e a Queiroz Galvão. “Estamos em dia com os aportes, temos mais de 90% das desapropriações já realizadas, pagas e com propriedades liberadas. É um problema das empreiteiras”, disse, lembrando que o governo de São Paulo também tem financiamento com o BNDES para pagar aportes na concessão. “O problema está com as empresas, cujos ratings caíram por conta da participação delas na Operação Lava Jato. Então, estamos dando apoio para solucionar”, reiterou.

Questionado se o governo poderia buscar alguma fonte de financiamento alternativa ao BNDES, Pelissioni disse que essa opção é difícil, tendo em vista que o BNDES já concedeu o empréstimo-ponte. “São R$ 550 milhões que foram sacados, R$ 325 milhões de capital de giro. O BNDES já começou o financiamento, vemos com bastante dificuldade neste momento a possibilidade de outros órgãos internacionais, mesmo porque o financiamento não é do governo”, disse.

O secretário também afirmou esperar a Medida Provisória em elaboração no governo federal e que deve prover uma regulação para as concessões existentes com problemas, inclusive com dificuldades de financiamento de longo prazo. Embora inicialmente a MP trate das concessões federais, Pelissioni disse ter a expectativa de que possa de alguma forma ajudar na resolução do problema na linha 6. “Está em gestação a proposta para que possa se dar solução para concessões com problemas. Talvez, não sabemos o teor, possa ajudar na solução da linha 6, mas não temos informação ainda”, comentou.