Economia
Governo incentiva empresas a buscar amparo na Justiça dos EUA contra tarifas

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou nesta quinta-feira que o governo do Brasil está orientando as empresas juridicamente para que busquem amparo na legislação dos Estados Unidos diante das tarifas impostas. Paralelamente, o governo está elaborando um plano de contingência para reduzir os efeitos dessas medidas.
De acordo com Haddad, várias empresas já iniciaram ações judiciais nos EUA, incluindo companhias americanas, para contestar a cobrança de uma tarifa de 50% anunciada pelo governo de Donald Trump sobre produtos brasileiros. O ministro destacou que essa movimentação jurídica evidencia a complexidade do conflito, que pode desorganizar as cadeias produtivas tanto brasileiras quanto norte-americanas.
“Muitas empresas estão acionando a Justiça nos Estados Unidos, inclusive as americanas”, afirmou Haddad em entrevista à Rádio Itatiaia. “Essa taxação prejudica as cadeias produtivas de ambos os países.”
Haddad também ressaltou que o governo finalizou um projeto de apoio para os setores mais impactados pelas tarifas, o qual será apresentado ao presidente Lula na próxima semana. Entre as providências, estão linhas emergenciais de crédito para determinados segmentos econômicos.
Segundo o ministro, mais de dez mil empresas brasileiras seriam afetadas por essas tarifas, que também impactarão o consumidor americano, que terá de pagar preços mais elevados por produtos como café, suco de laranja e carne.
Além das medidas judiciais, Haddad enfatizou que a prioridade é restabelecer o diálogo diplomático com os Estados Unidos, atualmente bloqueado, em parte, por influências de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Há brasileiros vinculados ao ex-presidente Bolsonaro que dificultam o início das conversas”, criticou o ministro, fazendo um apelo: “Peço que aqueles que têm respeito por essa família Bolsonaro possam ajudar a viabilizar a negociação. Saibam ceder, pois a eleição foi concluída, e o governo atual deve ter liberdade para negociar, assumindo as responsabilidades. É necessário desimpedir o caminho para que o diálogo, que estava ativo há cerca de 60 dias, possa ser retomado.”
O ministro revelou ainda que o governo brasileiro espera uma resposta para cartas enviadas desde maio com propostas de negociação e temas delicados para os EUA, reforçando a urgência de iniciar as conversações para avançar nas questões pendentes.

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