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Governo Lula coloca eleição dos EUA como possível divisor de águas sobre Venezuela

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Avaliação é de que projetos de Donald Trump e Kamala Harris são distintos para a região

Diante da radicalização do regime de Nicolás Maduro, o governo Lula coloca agora as eleições dos Estados Unidos como um possível divisor de águas para a situação da Venezuela e não há expectativa de que até lá algo substancial aconteça.

A eleição está agendada para o dia 5 de novembro.

A avaliação é de que os projetos de Donald Trump e Kamala Harris para o continente e especialmente para a Venezuela são distintos e, a depender do vencedor, isso pode ser determinante para o destino do país.

O Planalto considera que uma eventual vitória de Trump tende a ampliar a pressão sobre a Venezuela.

Durante seu mandato, a linha adotada por ele foi de vetar transações dos Estados Unidos com o país e congelar os bens do governo da Venezuela nos Estados Unidos.

A expectativa é de que, se vencer, essas medidas retornem até mesmo em um grau mais acentuado.

Isso porque já durante a pré-campanha de 2023, Trump chegou a dizer que se tivesse sido reeleito em 2020 teria “tomado a Venezuela” e “pego todo o petróleo” do país. Maduro chegou a anunciar a prisão de dois americanos que teriam, segundo ele, tentado invadir o país.

Se Kamala Harris ganhar, a diplomacia brasileira aposta em um desenvolvimento da solução negociada que o Brasil tenta liderar com a Colômbia para a Venezuela.

Um fator que ajudaria nesta linha é que imigração é um tema sensível para Harris e a manutenção da situação atual da Venezuela incentiva o êxodo venezuelano. As estimativas apontam que nos últimos anos quase oito milhões de venezuelanos deixaram o país.

Um outro ponto avaliado por diplomatas brasileiros é que Harris teria disposição a negociar também porque tem interesse nas reservas de petróleo da Venezuela, as maiores do mundo.

A leitura é de que se a guerra da Ucrânia escalar e afetar o comércio de petróleo, os americanos tendem a defender uma negociação política com Maduro e afastá-lo da influência da China e da Rússia.

CNN

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