Economia
governo precisa de superávit de 27,1 bilhões no último trimestre para atingir meta fiscal

O governo federal deverá alcançar um superávit primário de R$ 27,1 bilhões no último trimestre de 2025 para cumprir a meta fiscal mínima estabelecida. Essa previsão foi divulgada no Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) mais recente pela Instituição Fiscal Independente do Senado (IFI) nesta quinta-feira, 23.
A rejeição da Medida Provisória (MP) que buscava uma alternativa para aumentar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), ocorrida em 8 de outubro pelo Congresso, complicou a obtenção desse superávit, segundo os analistas da IFI. O governo esperava arrecadar R$ 10,6 bilhões com essa medida ainda em 2025, e esses recursos estavam incluídos nas projeções fiscais.
Alexandre Andrade, diretor da IFI, e o analista Pedro Souza indicam que, com o fim dos efeitos da MP nº 1.303, o Executivo pode precisar realizar cortes orçamentários no próximo Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias, previsto para o final de novembro, caso não surjam compensações para essa perda de receita.
Até setembro de 2025, o governo central acumula um déficit primário de R$ 58,1 bilhões, considerando apenas os gastos relevantes para a meta fiscal. Para alcançar o equilíbrio, seria necessário gerar um superávit primário equivalente.
Para atingir o limite mínimo da meta, que permite um déficit de até R$ 31 bilhões, o governo precisa gerar um superávit de R$ 27,1 bilhões no trimestre final do ano. No entanto, os especialistas da IFI alertam que isso pode ser difícil de conseguir devido a possíveis receitas menores do que o esperado e ao aumento do déficit das empresas estatais, especialmente por conta dos Correios, que podem precisar de recursos adicionais do Tesouro para equilibrar suas contas.

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