Economia
Governo quer aumentar exceções à tarifa dos EUA, diz Alckmin

O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou nesta terça-feira que a prioridade do governo federal é expandir a quantidade de produtos brasileiros que não são taxados pela tarifa de 50% aplicada pelos Estados Unidos. Essa tarifa extra foi determinada por uma ordem executiva do presidente Donald Trump, adicionando 40% aos 10% já vigentes desde abril. Cerca de 700 produtos entre os 4 mil exportados pelo Brasil para os EUA foram excluídos dessa tarifa adicional.
— Nosso foco é aumentar o número de produtos isentos para reduzir o impacto da tarifa — declarou Alckmin durante a 25ª Conferência Anual do Santander, em São Paulo. — A negociação é nossa principal missão e acreditamos que é viável.
O vice-presidente ressaltou que a tarifa imposta por Trump não é justa, considerando que a taxa média aplicada pelo Brasil sobre produtos americanos importados é de apenas 2,7%. Oito dos dez principais produtos exportados para os EUA entram sem tarifas.
Alckmin lembrou ainda que os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China, e o maior investidor estrangeiro no país, com aproximadamente 4 mil empresas presentes. O mercado americano é importante para produtos brasileiros de maior valor, como os industriais.
Ele enfatizou que a relação entre os dois países é velha e baseada em amizade e cooperação. Atualmente, 12% das exportações brasileiras têm os EUA como destino.
— O Brasil é um parceiro forte, pois há 15 anos os EUA apresentam superávit comercial com o Brasil. Enquanto os EUA têm um déficit comercial global de US$ 1,2 trilhão, somente três países do G20 apresentam superávit: Brasil, Reino Unido e Austrália. No ano passado, o superávit com bens e serviços totalizou US$ 25 bilhões. Em 15 anos, quase meio trilhão de dólares.
Alckmin também comentou sobre a agenda interna e defendeu a aprovação da reforma administrativa nos próximos meses do governo Lula. Ele acredita que essa reforma pode contribuir para a redução de custos, simplificação de processos e estabelecer limites para os altos salários no serviço público.
— A reforma administrativa é uma ferramenta para cortar gastos, diminuir a burocracia, simplificar procedimentos e criar regras justas para salários elevados. É fundamental promover uma cultura contra privilégios e desperdício.

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