Grande grupo participa da Marcha do Orgulho na Hungria, apesar da proibição

Milhares de indivíduos se reuniram, neste sábado (4), na cidade de Pécs, no sul da Hungria, mesmo com a proibição das autoridades à realização da Marcha do Orgulho.

A passeata, que contou com cerca de 7.000 a 8.000 pessoas segundo a contagem de jornalistas da AFP, começou no início da tarde no centro desta importante cidade universitária, sob um céu claro e acompanhada por música animada.

Bence Toth, um estudante de 18 anos, declarou à AFP: “Estou presente hoje porque, infelizmente, esta manifestação não é apenas sobre a comunidade LGBTQIA+, mas também sobre a restrição dos nossos direitos humanos básicos”. Ele acredita que a proibição do evento aumentou a participação.

Edit Sinko, professora e psicóloga de 58 anos, afirmou: “Estamos aqui para defender nossas liberdades essenciais. Embora eu não faça parte da comunidade LGBTQIA+ nem de suas organizações, muitos dos meus alunos e amigos fazem, e não compreendo por que deveriam ser proibidos”.

Os organizadores contornaram a proibição ao anunciar “uma concentração contra a superpopulação de animais selvagens, que causam e sofrem muitos acidentes de trânsito”, segundo explicou à AFP o advogado e ativista dos direitos humanos Peter Heindl. O trajeto foi o mesmo planejado para a Marcha do Orgulho.

O evento Pécs Pride foi vetado pela polícia em 6 de setembro e pelo Supremo Tribunal em 15 de setembro. A prefeitura de Pécs informou que os participantes poderiam receber multas.

Em junho, mais de 200.000 pessoas participaram da Marcha do Orgulho em Budapeste, também desafiando a proibição policial.

Em março, o governo ultraconservador liderado por Viktor Orban aprovou uma lei que impede tais manifestações sob a justificativa de “proteção da infância”, como parte de sua política de restrição dos direitos das minorias sexuais e de gênero.