Grandes protestos em Bruxelas contra cortes do governo

Na terça-feira (14), dezenas de milhares de pessoas foram às ruas de Bruxelas para protestar durante uma greve nacional. O motivo foi a oposição aos cortes anuanciados pelo governo da Bélgica, que impactaram diretamente o funcionamento dos aeroportos e dos transportes públicos locais.

A greve faz parte de uma série de mobilizações desde que Bart De Wever, do partido conservador flamengo, assumiu como primeiro-ministro em fevereiro. O governo enfrenta um déficit orçamentário que está fora dos parâmetros estabelecidos pela União Europeia e busca implementar reformas econômicas, incluindo mudanças na Previdência Social, que provocaram forte reação dos sindicatos.

O aeroporto principal de Bruxelas teve de cancelar todas as decolagens após os agentes de segurança abandonarem seus postos. Outro importante aeroporto, o de Charleroi, também não conseguiu operar devido à falta de pessoal. Além disso, o transporte público na capital foi bastante prejudicado, com a polícia estimando cerca de 80.000 manifestantes nas ruas.

Os sindicatos afirmam que o governo está promovendo um ataque severo contra a proteção social, serviços públicos e a Previdência. Thierry Bodson, presidente da central sindical FGTB, declarou que toda uma geração está unida para impedir a destruição das conquistas sociais que levaram gerações para construir.

A polícia recomendou que as pessoas evitem as áreas centrais de Bruxelas durante os protestos. Entre os manifestantes estava Victoria Coya, professora de 27 anos, que afirmou reivindicar melhores condições para a educação e um futuro mais promissor para os jovens.

O primeiro-ministro pretende limitar os benefícios do seguro-desemprego a dois anos e promover uma reforma ampla da Previdência, que inclui a eliminação de regimes especiais, além de preparar cortes orçamentários significativos para 2026.