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Gregos tentaram prever futuro com ‘primeiro computador do mundo’

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Estudo mostra que a Máquina de Anticítera, artefato criado há 2.000 anos, também pode ter sido usado de forma mística, além de prever o movimento dos astros

Reconstrução da chamada Máquina de Anticítera, um artefato conhecido como o computador mais antigo do mundo (Louisa Gouliamaki/AFP)

Reconstrução da chamada Máquina de Anticítera, um artefato conhecido como o computador mais antigo do mundo (Louisa Gouliamaki/AFP)

Um artefato astronômico criado há 2.000 anos pelos gregos para traçar o movimento do Sol, da Lua e dos planetas também pode ter sido usado para “prever o futuro”, acreditam pesquisadores.

Considerada o primeiro computador do mundo, a chamada Máquina de Anticítera é composta por um intricado sistema de engrenagens e foi descoberta no mar, perto da ilha grega de Anticítera, em 1901. O artefato está exposto no Museu Arqueológico Nacional de Atenas, na Grécia.

Examinando o mecanismo com a ajuda de imagens de raios-x, uma equipe internacional de pesquisadores decodificou que as inscrições minúsculas na superfície externa mostravam a cor da Lua em um eclipse futuro e as condições climáticas da região onde o fenômeno ocorreria. Para os cientistas, isto é um indício de que os criadores do artefato também usavam a Máquina de Anticítera para tentar adivinhar o que o destino reservava para eles.

“Não sabemos bem como interpretar isso, mas pode remontar às insinuações de que a cor de um eclipse era uma espécie de presságio ou sinal. Certas cores podem ser melhores para o que está por vir do que outras”, disse Mike Edmunds durante uma apresentação em Atenas. Edmunds é professor de astrofísica da Universidade de Cardiff, no País de Gales, e integra a equipe de cientistas responsáveis pelo estudo.

Eclipses – O fenômeno astronômico ocorre quando um corpo celeste deixa de ser visível, total ou parcialmente, por um curto espaço de tempo. Os eclipses podem ser lunares ou solares. Atualmente os cientistas conseguem prever com antecedência o acontecimento do evento, mas não como estará o clima na região onde irá acontecer. “Coisas como eclipses tinham um significado sinistro para os gregos. A máquina pode ter sido uma maneira de ensinar sobre o cosmos em que vivem e como, através de ciclos de tempo, isso se relaciona com suas vidas”, disse Alexander Jones, professor de história do Instituto Para o Estudo do Mundo Antigo, de Nova York, e também participante do grupo de pesquisadores.

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