Manifestantes se reuniram na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, na noite desta segunda-feira (12) para pedir a cassação do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em análise no plenário da Câmara. Até as 20h, segundo a Polícia Militar, cerca de mil pessoas participavam do ato – a organização estimou 5 mil pessoas no “auge” da movimentação.
O grupo também exibia faixas e gritava palavras de ordem contra o presidente Michel Temer. O protesto ocupou quatro das seis faixas do Eixo Monumental, no sentido rodoviária-Congresso. A PM acompanhava o ato que, até as 20h20, era pacífico.
Os manifestantes chegaram ao gramado em frente ao Congresso por volta das 20h30. Além das grades instaladas em frente ao prédio, militares fizeram um cordão de isolamento para evitar a aproximação do ato.
Além de “fora, Cunha” e “fora, Temer”, os manifestantes gritavam palavras de ordem como “recua, golpista, recua, é o poder popular que está na rua” e “nem recatada e nem do lar, a mulherada tá na rua pra lutar”. A concentração começou por volta das 18h em frente ao Museu da República, no início da Esplanada dos Ministérios. De lá, o grupo percorreu cerca de 2 km até o gramado em frente ao Congresso.
O ato reuniu organizações sindicais como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Nova Central (NCST) e Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB), além de filiados a partidos políticos de oposição e grupos estudantis.
Cassação
Alvo da Operação Lava Jato, o ex-presidente da Câmara é acusado de manter contas bancárias secretas no exterior e de ter mentido sobre a existência delas em depoimento à CPI da Petrobras no ano passado.
Cunha sempre negou ser o titular de conta fora do país, mas diz apenas ser o beneficiário de recursos geridos por trustes (empresas que administram fundos e bens).
O processo no Conselho de Ética foi instaurado em novembro do ano passado a partir de uma representação do PSOL e da Rede. Em razão de sucessivas manobras levadas a cabo por um grupo fiel de aliados, Cunha conseguiu estender o andamento do processo.
Em maio, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou, em uma decisão inédita, afastá-lo da presidência da Câmara e também suspender o seu mandato parlamentar por entender que ele estaria usando o cargo para interferir nas investigações contra ele. Cada vez mais isolado politicamente, Cunha acabou renunciando ao cargo de presidente em julho.
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