Grupo político de Tarcísio desconversa cobrança do PP e acredita que federação com União barra concorrência

O Progressistas consideram lançar um candidato ao governo de São Paulo em 2026, apesar de Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmar que buscará a reeleição. Contudo, o União Brasil, partido com que formará uma superfederação para a próxima eleição, não apoia essa ideia.

Esse assunto é visto por membros da administração como algo passageiro, sem chances de avançar.

Em entrevista ao Globo, Milton Leite, ex-presidente da Câmara Municipal de São Paulo, afirmou que essa movimentação surpreende e reafirmou seu apoio ao governador. Partidos que formam federação devem disputar eleições majoritárias juntos, somando os votos para deputados e dividindo as cadeiras entre os mais votados de ambos os partidos.

Leite, vice-presidente nacional do União Brasil, afirmou que a federação apoiará Tarcísio, seja como governador ou para presidente, e que eventuais dificuldades serão resolvidas. Ele será o líder da federação no estado quando ela for oficializada.

O deputado federal Maurício Neves, presidente estadual do PP, nega ter acordo com o União Brasil e deseja liderar a federação. Ele informou que o partido está avaliando lançar candidatos, como Ricardo Salles e Filipe Sabará.

Essa movimentação nasce do descontentamento de prefeitos do PP com a atenção do governo e o nível de apoio público e efetivo que Tarcísio tem dado aos projetos do partido, especialmente à candidatura de Guilherme Derrite (PP) ao Senado. O presidente nacional do partido, Ciro Nogueira, já defendeu a candidatura de Derrite ao Executivo estadual, mas apenas se Tarcísio não concorrer.

Fontes próximas a Tarcísio consideram que essa iniciativa do PP tenta recuperar influência no governo estadual após a saída antecipada de Derrite. Pela legislação eleitoral, Derrite deveria ter saído do cargo em abril, mas foi substituído em dezembro pelo delegado Osvaldo Nico, número dois da pasta, após pedido de afastamento para trabalhar em projeto na Câmara. Com Nico no cargo, Neves teria maior presença no interior do estado.

Nem todos do PP apoiam essa iniciativa. O deputado estadual Delegado Olim, figura importante da Polícia Civil, afirmou a Tarcísio seu total apoio e pediu responsabilidade na direção do partido. Para o subprefeito da Lapa, Coronel Telhada (PP), a ascensão de Nico e a manutenção do apoio ao governo são naturais.

Ciro Nogueira, líder nacional do PP, é entusiasta da candidatura de Tarcísio à presidência contra Lula (PT) e desejava ser vice na chapa, mas seus planos foram frustrados pelo lançamento de Flávio Bolsonaro, senador do Rio de Janeiro e filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. Nogueira também se incomoda com as críticas públicas que Tarcísio tem recebido do ex-deputado Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos.