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Grupos estrangeiros disputam leilão para túnel Santos-Guarujá

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Na última segunda-feira (1º/9), duas empresas estrangeiras enviaram suas propostas para a construção do túnel Santos-Guarujá, na costa do estado de São Paulo. As companhias Mota-Engil, de Portugal, e Acciona, da Espanha, são as concorrentes únicas do leilão programado para esta sexta-feira (5).

Esta obra é o principal projeto do Novo PAC, estimado em R$ 5,8 bilhões, dos quais R$ 5,14 bilhões virão de recursos públicos, divididos entre os governos estadual e federal, enquanto R$ 1,67 bilhões serão provenientes de investimentos privados em uma Parceria Público-Privada (PPP). Os valores englobam fases de construção, operação e manutenção do túnel.

A vencedora do leilão terá concessão por 30 anos e poderá cobrar tarifa de travessia, que deverá ser semelhante à atual das balsas. Espera-se que o tempo de travessia seja de cerca de um minuto e meio para motoristas.

Competição entre empresas internacionais

A espanhola Acciona já possui concessão para construir a Linha 6-Laranja do metrô de São Paulo e executa túneis para trens de alta velocidade na Europa, em projetos como o Follo Line na Noruega e os túneis de Pajares na Espanha. A participação nesta obra serve para a Acciona ganhar experiência para um futuro projeto de conexão da Espanha com Ceuta, território espanhol na África.

O grupo português Mota-Engil conta com a parceria da empresa pública chinesa China Communications Construction Company (CCCC), um dos maiores conglomerados de infraestrutura global. Na Bahia, a CCCC trabalha na construção da ponte Salvador-Itaparica junto com a China Railway 20th Bureau Group Corporation (CRCC20) e adquiriu a Concremat no Brasil em 2017.

Detalhes do túnel Santos-Guarujá

Após quase um século de espera, o túnel será o primeiro do tipo imerso na América Latina. Com 21 metros de profundidade e 860 metros de extensão, terá seis faixas, três em cada direção. Pedestres e ciclistas também poderão utilizar a travessia, que deverá receber cerca de 150 mil pessoas diariamente.

Atualmente, o trajeto é feito por balsa ou pela Rodovia Piaçaguera-Guarujá, e pode levar mais de uma hora dependendo do trânsito. O edital prevê uma tarifa próxima a R$ 6,15, valor semelhante ao cobrado pelas balsas, corrigido pela inflação até a inauguração.

O projeto é organizado pela Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI), em conjunto com o Ministério de Portos e Aeroportos.

Retirada de grupos brasileiros

A disputa ficou restrita às empresas estrangeiras após a saída dos grupos brasileiros Odebrecht (atualmente Novonor) e Andrade Gutierrez. Inicialmente, essas empresas planejaram participar do leilão em parcerias com outras construtoras — a Novonor com Queiroz Galvão e Andrade Gutierrez com a italiana Webuild — visando sua reintegração ao mercado nacional após sofrerem impactos da Operação Lava Jato.

No entanto, ambas decidiram não apresentar propostas, abrindo caminho para a competição entre as concorrentes internacionais.

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