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Economia

Guia simples para investir em ativos digitais

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Modernos, atrativos e em forte crescimento, os ativos digitais — representações de valor ou direitos criados e mantidos exclusivamente em formato digital — estão conquistando cada vez mais usuários. Eles incluem criptomoedas como bitcoin e ethereum, além de tokens ligados a ativos reais que podem representar ações, imóveis, obras de arte ou outros bens físicos.

O mercado de criptomoedas no Brasil está se fortalecendo. Pesquisas recentes mostram que o número de investidores em cripto no país é 2,5 vezes maior que o dos investidores em ações.

Espera-se que até 2030 cerca de 120 milhões de brasileiros invistam em criptoativos ou tokens digitais. No cenário global, o mercado de criptoativos — ativos digitais protegidos por criptografia e registrados em redes como blockchain, permitindo transações descentralizadas e sem intermediários — já ultrapassa US$ 4 trilhões, com mais de 14 mil ativos catalogados.

Investimento sem corretoras tradicionais

De acordo com o economista Rhaldney Piauilino, as criptomoedas no Brasil crescem por permitirem acesso a investimentos globais sem necessidade de corretoras convencionais. Internacionalmente, também são vistas como meio de diversificação e proteção contra inflação em certos países.

“Antes consideradas assunto de especialistas ou apostas arriscadas, hoje as criptomoedas integraram a estratégia de grandes empresas e fundos”, comenta Piauilino. Ele destaca que o mercado evoluiu, embora ainda precise avançar para alcançarmos a maturidade plena.

Ativos digitais diferem de ações e títulos principalmente em sua forma de existência e negociação. Enquanto ações e títulos representam participação em empresas ou dívidas e são registrados em bolsas centralizadas, os ativos digitais existem apenas digitalmente e são armazenados em blockchains — grandes livros contábeis digitais.

Outra distinção é a ausência de intermediação: ativos digitais podem ser negociados diretamente entre pessoas a qualquer hora e em qualquer lugar do mundo, sem bancos ou corretoras. Em contraste, ações e títulos têm horários fixos de mercado e dependem de intermediários para liquidar operações.

Guilherme Pimentel, diretor de Produtos do ecossistema Mercado Bitcoin, explica: “Um investidor pode comprar um ativo em uma plataforma brasileira, transferi-lo para outra no exterior e vender lá em minutos, algo impensável nos mercados tradicionais, nos quais até operações simples podem levar dias. A liquidação instantânea traz agilidade e minimiza riscos.”

Quem investe em ativos digitais

Este cenário inovador atrai pessoas de diversas áreas, como o engenheiro civil Eduardo Campos, que começou a investir em 2020. “Minha atração pelo Bitcoin veio da ideia de uma moeda deflacionária e descentralizada, sem intermediários como governos ou bancos”, declarou.

Como investir

A forma mais prática é usar corretoras especializadas, conhecidas como exchanges, que permitem comprar, vender e guardar criptomoedas com segurança, além de oferecer serviços como staking e carteiras digitais.

Pimentel destaca que não é preciso muito capital para começar. É possível investir valores pequenos, a partir de R$ 10, graças à flexibilidade do mercado, que permite adquirir frações das principais criptomoedas. Isso torna o mercado acessível a pequenos investidores e também àqueles que querem diversificar grandes portfólios.

Mais importante que o valor inicial é a postura consciente do investidor. Até a maior gestora de ativos do mundo, BlackRock, recomenda destinar 1% a 2% da carteira para bitcoin.

Perfil ideal do investidor

Pimentel ressalta que o mercado é diverso: moedas mais consolidadas como bitcoin e ethereum convivem com stablecoins, que têm menor volatilidade e atraem perfis mais conservadores.

O investidor ideal é informado e estratégico, escolhendo ativos conforme seu perfil de risco e mantendo equilíbrio entre segurança e potencial de valorização.

Eduardo prefere focar nos ativos mais conhecidos, com cerca de 7,5% do portfólio em criptoativos como bitcoin, ethereum, solana e XRP. Ele evita altcoins e NFTs, apontando um perfil mais cauteloso.

Cuidados importantes

Todo investimento envolve riscos, e no caso dos ativos digitais, é essencial atenção a fatores como volatilidade, mudanças nas regulamentações e riscos de cibersegurança.

Piauilino recomenda começar investindo em educação financeira, usar valores que não prejudiquem o orçamento, considerar criptoativos como parte da carteira e escolher corretoras confiáveis.

Estudar os ativos, conhecendo seus fundamentos e riscos, é fundamental para decisões conscientes. Investir gradualmente e diversificar estratégias ajuda a reduzir os riscos.

No Brasil, a regulamentação dos criptoativos está em desenvolvimento. O Marco Legal dos Criptoativos define regras para prestação de serviços com ativos digitais, incluindo transparência, prevenção à lavagem de dinheiro e combate a fraudes.

Guilherme Pimentel explica que o Banco Central é a autoridade responsável pela supervisão das empresas prestadoras de serviços com ativos virtuais, aumentando a segurança para o investidor.

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