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Há três meses sem salário, profissionais do Samu do Rio fazem protesto e entram em greve

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Funcionários do Samu protestam na base do Caju — Foto: Reprodução

Funcionários do Samu — o serviço de socorro de emergência — do Rio fizeram um ato na manhã desta quinta-feira (30), em frente à base do Caju, na Avenida Brasil, na Zona Portuária da cidade. Eles reivindicam o pagamento dos salários atrasados há três meses.

Segundo uma enfermeira, há colegas passando fome e sem dar o que comer aos filhos — como uma colega que mora na Costa Verde e está baseada em Jacarepaguá, na Zona Oeste.

“A gente não está parando porque quer. A gente está parando porque não tem condições de ir trabalhar sem receber salário. Estamos cotizando e pedimos ajuda do Sindicato dos Enfermeiros para enviar uma cesta básica para a colega. A situação é desesperadora”, disse a enfermeira.

Um técnico em enfermagem diz que o problema da falta de pagamento começou depois que a Procuradoria-Geral do Estado suspendeu os repasses da Secretaria Estadual de Saúde para a OS OZZ Saúde, que gerencia o Samu na cidade. O contrato da OS com o governo do estado está sendo revisto.

“Hoje, por exemplo, estou saindo de um plantão de 24 horas, onde só comi um pão com manteiga e um café, oferecido na casa de um paciente. Sem salário, a gente está ficando sem comida em casa, sem condições de trabalhar. Isso abala muito a gente psicologicamente”, disse.

Uma enfermeira calcula que atualmente somente 30% do pessoal tenha condições de trabalhar. Ela disse que o ato desta quinta-feira tinha como principal objetivo chamar a atenção para a situação de abandono que os profissionais do Samu estão vivendo.

“A gente está tentando manter o serviço. Mas sem salário, muita gente está faltando. Sem repasse, a empresa também não consegue fazer a manutenção das ambulâncias, comprar medicamentos e insumos. Tem base na qual a única ambulância disponível está quebrada. Até a suspensão dos repasses, a gente recebia salário, vale de refeição e de transporte. Agora, não tem nada. Alguém tem de nos socorrer”, disse a enfermeira.

Nem a OZZ Saúde, nem o governo do estado comentaram sobre a greve do Samu, tampouco deram prazo para o pagamento desses funcionários.

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