Haddad: Comissão decidirá o que é melhor para o Brasil na lei de reciprocidade

Fernando Haddad, ministro da Fazenda, explicou na noite de domingo, 31, que a Lei da Reciprocidade prevê a criação de uma comissão destinada a analisar o que é mais vantajoso para o Brasil em questões de comércio internacional, como a tarifa imposta pelos Estados Unidos e a investigação sobre as atividades internas no setor.

Na sexta-feira, o Broadcast registrou que a notificação oficial da abertura do processo de reciprocidade do Brasil para os Estados Unidos foi enviada pela embaixada brasileira em Washington, iniciando uma fase de consultas e troca de informações entre os países a respeito das práticas comerciais.

O ministro questionou: “Quais instrumentos temos à disposição? Qual é a conveniência e o momento adequado para agir?”, refletindo as questões que a comissão deverá considerar.

Haddad ressaltou que a lei foi aprovada tanto pela situação quanto pela oposição no Congresso. “Até o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, do governador de São Paulo Tarcísio Freitas, votou a favor da lei. Ela deve ser cumprida porque o presidente está exigindo isso”, afirmou.

Segundo o ministro, os Estados Unidos ainda não demonstraram interesse em negociar. Ele comentou sobre recentes revelações envolvendo conversas da família Bolsonaro, inclusive do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), indicando que o governo americano pode não estar completamente informado sobre o que ocorre no Brasil.

Haddad acredita que, diante dessa situação delicada, o governo dos Estados Unidos buscará formas de reduzir a tensão. Ele também apontou que o Brasil não aceitará chantagens e que a legislação vigente e a participação na Organização Mundial do Comércio são fundamentais.

O ministro concedeu entrevista ao programa Canal Livre, da Band, que foi ao ar domingo à noite. Mais cedo, o Broadcast divulgou trechos em que ele abordou temas como juros e a Operação Carbono Oculto contra o crime organizado.