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Economia

Haddad descarta retaliação aos EUA via controle de dividendos

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou neste sábado (19) que o governo brasileiro não pretende adotar medidas rigorosas para controlar as remessas de dividendos como forma de retaliação aos Estados Unidos, caso as negociações sobre a tarifa de 50% imposta por Donald Trump a produtos do Brasil não avancem.

“Essa medida não está nos planos do governo brasileiro”, ressaltou Haddad em entrevista ao Estadão/Broadcast.

No entanto, fontes governamentais indicam que o Palácio do Planalto está avaliando possíveis respostas se as sanções forem mantidas. Entre as alternativas estudadas, está o aumento da fiscalização sobre os lucros repatriados por multinacionais americanas no Brasil.

Segundo informações obtidas, há divergências dentro do comitê interministerial que conduz as negociações, especialmente sobre o tom da resposta. A Fazenda teme que medidas mais duras afastem investimentos estrangeiros, enquanto uma ala política defende uma reação enérgica para demonstrar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não aceitará ataques à soberania nacional.

O Planalto considera que novas sanções dos EUA podem ocorrer após a operação da Polícia Federal que resultou na obrigatoriedade do uso de tornozeleira eletrônica para o ex-presidente Jair Bolsonaro, decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Geraldo Alckmin, vice-presidente e coordenador do comitê interministerial, minimizou a relação entre a operação da PF e a postura dos EUA na questão tarifária, destacando a independência dos Poderes tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.

Na última sexta-feira, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, revogou vistos de Moraes, seus familiares e aliados no STF, além de cancelar vistos de outros sete ministros da Corte, elevando a percepção de motivação política na sobretaxa aplicada pelos norte-americanos.

Técnicos brasileiros estão analisando a relação comercial com os EUA para preparar possíveis reações, que podem incluir a quebra de patentes de medicamentos. Entretanto, a prioridade do governo é esgotar as negociações diplomáticas antes de qualquer retaliação. Uma resposta mais dura será definida após 2 de agosto, caso os diálogos não avancem.

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