Brasil
Haddad exonera secretário municipal de Segurança Urbana de São Paulo
Ítalo Miranda Junior impôs sigilo de 5 anos para informações sobre a pasta. Secretaria foi alvo de críticas após denúncias na última semana.
O secretário de Segurança Urbana do município de São Paulo, Ítalo Miranda Junior, foi exonerado do seu cargo pelo prefeito Fernando Haddad (PT). A demissão foi formalizada no “Diário Oficial do Município” desta terça- feira (20). O secretário-adjunto da pasta, o advogado Claudio Schefer Jimenez, e o chefe de gabinete Fabiano Marques de Paula também foram exonerados.
Procurada, a Prefeitura de São Paulo disse que não vai se manifestar sobre a exonerações.
O novo secretário empossado é Benedito Domingos Mariano. Ex-ouvidor da Polícia de São Paulo, Marino estava atuando como coordenador do Programa “Braços Abertos” na Cracolândia, na região da Luz, Centro da capital paulista.
A exoneração do secretário ocorreu após a pasta que comandava ter sido colocada em evidência na última semana.
O secretário municipal de Segurança Urbana, Ítalo Miranda Junior, deixou dados sobre a GCM que incluem as imagens das câmeras de segurança que monitoram as ruas da cidade e informações da central de atendimento 153 como “reservados”. Ou seja, as informações solicitadas ficariam em sigilo por um período de 5 anos.
Após ter conhecimento da determinação do secretário, Haddad disse que a portaria seria reescrita, já que foi redigida com falhas e que o sigilo só irá ocorrer quando tiver alguma investigação da polícia em andamento, para não prejudicar o andamento do caso.
Outro escândalo do secretário ocorreu após a Controladoria Geral do Município pedir a exoneração da jornalista Patrícia de Morais Vieira depois de receber denúncias de que ela nunca havia comparecido ao trabalho. Ela foi contratada para exercer a função de assessora de imprensa da secretaria.
A Controladoria Geral do Município orientou o secretário a pedir a demissão da servidora Patrícia por ausência ao trabalho e solicitou a instauração de procedimento administrativo para apurar eventuais valores pagos e requerer sua devolução.
Outro caso envolvendo a secretaria foi divulgado pelo SPTV. O escritório de advocacia do qual o secretário-adjunto da pasta, Claudio Schefer Jimenez, é sócio e comanda uma ação de indenização contra a Prefeitura, que pode custar R$ 500 mil aos cofres públicos. Ele disse que não sabia do processo e que o responsável pela ação é um advogado que já foi desligado do escritório.
Indenização
O processo é um pedido de indenização contra a Prefeitura de São Paulo e foi feito pelo estudante Caíque Pereira dos Santos. Ele levou um tiro no dia 26 de junho de 2012, quando ficou no meio de uma perseguição de guardas-civis a criminosos na Zona Sul da capital paulista.
O caso aconteceu no Jardim São Luiz. Dois homens em fuga num carro roubado bateram. Caíque e um amigo estavam empinando pipa. Os guardas dizem que atiraram para revidar tiros disparados pelos criminosos. Moradores que viram a ação se dividem sobre o que aconteceu. Alguns confirmam a versão dos GCMs, outros afirmam que os suspeitos fugiram sem atirar.
A Justiça determinou o arquivamento do processo em 2013. mas, em agosto deste ano, o advogado que representa Caíque entrou com uma ação de indenização contra a Prefeitura. O pedido é de R$ 500 mil. No documento, o advogado diz que os guardas agiram de forma “imperita e imprudente” e que “não compete à Guarda Civil Metropolitana o papel de policiamento ostensivo”.
Um dos sócios do escritório que aparece na ação é Claudio Schefer, secretário-adjunto de Segurança Urbana, que chefia a GCM. Caíque disse que, logo depois do crime, quando Schefer ainda não trabalhava na Prefeitura, foi com o advogado até a delegacia. E que hoje em dia troca mensagens com a mulher de Schefer, que é sócia do escritório.
Schefer, está licenciado da advocacia desde que assumiu o cargo em abril. Ele disse que não sabia do processo e que o único responsável é o advogado Flávio Roberto de Campos, que trabalha no escritório e assina a ação. “Quem entrou foi ele, por iniciativa dele, exclusivamente dele. ele que vai ter que responder isso. ou civil ou criminalmente, vamos ter q fazer um estudo, porque o prejuízo que ele causa ao escritório é muito grande”, afirmou Schefer.
O secretário exonerado disse, na ocasião, que o advogado já renunciou ao caso e que foi desligado do escritório. Já o advogado Flávio Campos afirmou que incluiu o nome do escritório na ação “por um lapso”, e que é o único responsável pelo processo.
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