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Economia

Haddad lidera combate ao crime organizado

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Mesmo não sendo sua área principal, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem se destacado como uma das vozes do governo de Luiz Inácio Lula da Silva no enfrentamento ao crime organizado.

As declarações frequentes do ministro sobre segurança pública e sua atuação no Congresso revelam um protagonismo ligado ao pedido do Palácio do Planalto e à participação direta da Receita Federal, órgão da Fazenda, nas investigações de grandes esquemas criminosos, como a Operação Poço de Lobato, realizada recentemente.

Haddad defende a necessidade de pressionar financeiramente as organizações criminosas, atuando especialmente contra o que ele chama de “andar de cima” do crime.

Punição à sonegação

Na quinta-feira, ao comentar a Operação Poço de Lobato, o ministro pediu a aprovação de medidas para reorganizar o combate ao crime organizado no Brasil.

Dentre as propostas está a punição rigorosa para empresas que reiteradamente deixam de pagar tributos como parte de uma estratégia criminosa, uma iniciativa apoiada pela Fazenda desde o início do governo.

Esse projeto já foi aprovado no Senado e estava estagnado na Câmara até que, após a declaração de Haddad, o presidente da Câmara acionou o relator para dar andamento ao texto.

A operação mostrou que o grupo Fit, ligado à Refinaria de Manguinhos, é considerado pela Receita o maior devedor contumaz do país, com uma dívida que ultrapassa R$ 26 bilhões aos cofres públicos estaduais e federais. Foram cumpridos 126 mandados de busca em cinco estados brasileiros.

As investigações indicaram movimentações financeiras de mais de R$ 70 bilhões em um ano, usando estruturas complexas como offshores nos Estados Unidos para ocultar ganhos, prática associada à lavagem de dinheiro e à proteção patrimonial ilícita.

Haddad ressaltou a urgência de abrir frentes para combater os principais devedores e a lavagem de dinheiro, mencionando negociações bem-sucedidas com o presidente Lula para incluir esses temas na agenda.

PL Antifacção e segurança pública

O ministro também apoiou o projeto de lei antifacção, que visa endurecer punições contra crimes como receptação, assim como a Proposta de Emenda à Constituição da segurança pública.

Segundo ele, essas medidas são essenciais para atacar o financiamento das organizações criminosas, pois sem esse controle, o crime continuará recriando mão de obra barata na base.

O governo propôs o projeto, que foi alterado na Câmara pelo deputado Guilherme Derrite. Haddad fez oposição pública às mudanças, argumentando que elas fragilizariam o trabalho da Receita e da Polícia Federal e abririam espaço para a consolidação do crime organizado.

Mesmo com pareceres diversos, o texto final desagradou o governo, que espera recuperar pontos do projeto original no Senado, com apoio do ministro da Fazenda.

Haddad mencionou uma reunião com o senador Alessandro Vieira, relator na Casa, destacando o equilíbrio do parlamentar e a intenção de harmonizar um projeto que represente a vontade nacional, fazendo um paralelo com as reformas tributárias.

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