Economia
Haddad pede que Congresso cumpra promessa de isentar IR com medidas de compensação

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enfatizou nesta quarta-feira (27) a necessidade do Congresso respeitar o acordo referente à reforma do Imposto de Renda, mesmo diante da pressão de setores do Centrão e da oposição que querem retirar as medidas que compensam a isenção.
A proposta pretende aumentar a faixa de isenção do IR para R$ 5 mil mensais, uma promessa eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o objetivo de beneficiar trabalhadores de baixa e média renda.
“Fizemos um acordo com os líderes para que a isenção tivesse compensação e fosse neutra do ponto de vista fiscal. Tenho ouvido do presidente Hugo Motta que esse compromisso será respeitado”, afirmou Haddad em entrevista ao UOL.
Hoje, a isenção do IR alcança quem recebe até dois salários mínimos (R$ 3.036). O projeto, relatado pelo deputado Arthur Lira (PP-AL), também prevê um desconto parcial para rendimentos entre R$ 5 mil e R$ 7.350.
Para manter a neutralidade fiscal, o governo criou um IR mínimo para quem ganha acima de R$ 50 mil por mês, com alíquotas que podem chegar a 10% para rendas superiores a R$ 1,2 milhão anuais.
Haddad ressaltou que o texto foi bem recebido por economistas, mas há resistência de partidos do Centrão e oposição, que dizem que as medidas compensatórias aumentam a carga tributária sobre setores estratégicos.
Para ele, o projeto representa um avanço para o país, e o debate no Congresso exigirá diálogo e articulação com a sociedade.
“Alguns partidos mantêm vínculos com a elite e lobbies que vão atuar no Congresso. Ninguém espera que o processo seja fácil, mas faremos um debate com a opinião pública, que está bastante favorável ao projeto”, destacou o ministro.
A estratégia do governo envolve um cronograma alinhado entre Câmara e Senado, elaborado com os presidentes Hugo Motta e Davi Alcolumbre, além da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, visando aprovar a proposta até o final de setembro.

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