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Economia

Haddad promete reduzir juros e critica parte do mercado financeiro

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou hoje em São Paulo que, se fosse presidente do Banco Central, reduziria as taxas de juros.

— Eles precisarão diminuir. Apesar da resistência dos bancos ao Banco Central para manter os juros altos, essa redução é inevitável. Não dá para sustentar juros reais de 15% com a inflação em 4,5% — afirmou. — Embora eu não seja diretor do Banco Central, se fosse, votaria para diminuir os juros.

A fala foi feita ao jornalista Walter Brandimarte, da Bloomberg, durante um fórum de investimentos na área ambiental promovido pela empresa.

Haddad afirmou não acreditar que a atual diferença entre a taxa de juros real e a inflação vá pressionar a inflação novamente. Pelo contrário, acredita que os juros altos podem ser prejudiciais para a economia.

— Tenho apreensão quanto à inflação e sei dos seus efeitos, mas é uma questão de equilíbrio — explicou. — A diferença entre a dose correta e o veneno é muito pequena.

O pronunciamento aconteceu no mesmo dia em que o Copom se reuniu para decidir sobre a taxa de juros.

Haddad também comentou que um grupo ideológico dentro do mercado financeiro aposta contra o sucesso do governo e acaba perdendo dinheiro.

— É surpreendente ver que algumas pessoas no mercado financeiro torcem contra o país. Eles fazem apostas, como que o dólar vá subir. Quando o dólar cai, perdem muito dinheiro e culpam o governo — disse. — É algo que merece análise. O que ocorreu foi uma aposta errada. Eles precisam aceitar isso e torcer para que as coisas melhorem.

Agenda sustentável

A entrevista foi dada durante apresentações de investidores sobre economia verde e transição energética, próximo à COP 30 em Belém.

Haddad afirmou que o governo aposta na criação do Fundo Florestas Tropicais Para Sempre (TFFF), em parceria com 11 países, como a principal política para incentivar a preservação ambiental no Brasil.

Segundo ele, o país tem uma posição estratégica para a transição energética, pois sua matriz energética já é baseada em hidreletricidade, uma fonte com baixa emissão de CO2.

— As vantagens competitivas do Brasil estão alinhadas com a agenda climática — declarou. — Temos energia limpa e econômica, então não faz sentido trocar por uma energia cara e poluente.

Haddad destacou também a importância dos biocombustíveis, especialmente o álcool produzido da cana-de-açúcar, para apoiar a transformação econômica necessária para combater as emissões de gases de efeito estufa e a crise climática.

— A produção de biocombustíveis é uma tradição de 30 a 40 anos do Brasil. É tecnicamente superior e apresenta diversas vantagens.

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