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Hamas quer troca rápida de reféns por prisioneiros

O Hamas solicitou neste domingo (5) um acordo urgente para a troca de reféns por prisioneiros, antes do início das negociações indiretas no Egito acerca do plano proposto pelo presidente Donald Trump para pôr fim ao conflito em Gaza.
A dois dias do segundo aniversário do ataque sem precedentes do grupo islamista palestino contra Israel, ocorrido em 7 de outubro de 2023 e que desencadeou a guerra, o exército israelense continuou a bombardear a Cidade de Gaza.
Segundo a Defesa Civil, que opera sob a autoridade do Hamas, pelo menos cinco pessoas faleceram durante o dia.
As negociações no Egito começarão a partir do plano apresentado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que enviou seu representante, Steve Witkoff, e seu genro, Jared Kushner. O objetivo é definir as condições para a libertação dos reféns sequestrados no ataque de 7 de outubro.
No sábado, Trump alertou o Hamas que não aceitará atrasos na implementação do seu plano, que inclui um cessar-fogo, a liberação dos reféns em 72 horas, a retirada gradual das tropas israelenses de Gaza e o desarmamento do movimento islâmico.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, aliado de Trump, anunciou também o envio de uma equipe de negociadores ao Egito, na expectativa de que todos os reféns sejam liberados nos próximos dias.
De acordo com um representante do Hamas, as conversas ocorrerão na cidade de Sharm el-Sheikh, com negociadores vindos de Doha. Segundo ele, o Hamas está empenhado em alcançar um acordo para encerrar o conflito e iniciar o processo imediato de troca de prisioneiros, ou seja, reféns por detentos palestinos.
A equipe israelense partirá ainda neste domingo para iniciar as negociações na segunda-feira, que serão de caráter técnico, conforme destacou uma porta-voz de Netanyahu.
Suspensão das operações militares
O Hamas destacou aos mediadores a necessidade de que Israel interrompa todas as operações militares na Faixa de Gaza, incluindo atividades aéreas, reconhecimento e sobrevoos de drones, e se retire do interior da Cidade de Gaza.
Ao mesmo tempo, o Hamas e as facções de resistência sinalizaram que cessarão suas operações militares.
Em caso de acordo, os bombardeios israelenses também deverão parar, conforme afirmou o chefe da diplomacia americana, Marco Rubio.
Na sexta-feira, o Hamas declarou estar disposto a liberar todos os reféns sob o plano apresentado por Trump em 29 de setembro e iniciar negociações imediatas para concretizar os detalhes.
Apesar do pedido de Trump para que Israel suspendesse imediatamente os ataques aéreos em Gaza, os bombardeios continuaram, causando cerca de 60 mortes no sábado, segundo a Defesa Civil local.
Segundo o morador de Gaza Muin Abu Rajab, houve uma redução clara dos ataques aéreos desde a noite de sábado, com tanques e veículos militares recuando um pouco, mas ele acredita que isso seja apenas uma manobra tática, não uma retirada real.
Netanyahu apoia o plano de Trump, mas afirma que o exército israelense permanecerá controlando cerca de 75% da Faixa de Gaza.
O presidente dos EUA afirmou que Israel aceitou uma primeira linha de retirada entre 1,5 km e 3,5 km dentro do território palestino, e que, assim que o Hamas concordar, um cessar-fogo entrará em vigor imediatamente.
O ataque de 7 de outubro causou a morte de 1.219 pessoas em Israel, a maioria civis, segundo dados oficiais compilados pela AFP.
Durante esse ataque, militantes islamistas sequestraram 251 pessoas, das quais 47 permanecem cativas em Gaza; o exército israelense informou que 25 reféns estão mortos.
A resposta militar israelense já causou pelo menos 67.139 mortes em Gaza, principalmente civis, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, que é administrado pelo Hamas e cujos dados são considerados confiáveis pela ONU.
A ONU declarou parte de Gaza em situação de fome severa e seus investigadores acusam Israel de genocídio no território palestino, acusações rejeitadas por Israel.

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