Brasil
Helicóptero voou por 12 min e voltava para base antes de cair na Grande SP
O helicóptero que caiu em Carapicuíba, na Grande São Paulo, voou por 12 minutos antes de entrar em pane e atingir três casas, segundo apurou o SPTV. A aeronave retornava ao ponto de decolagem, no Helipark, mas caiu em um condomínio residencial que fica a dois quilômetros da base. Cinco pessoas morreram no acidente, entre elas Thomaz Alckmin, filho caçula do governador de São Paulo Geraldo Alckmin.
O helicóptero fazia um voo de teste após passar por manutenção. Na inspeção considerada de rotina pela dona da aeronave, as cinco pás do rotor principal foram retiradas e entregues à Helibrás, representante da fabricante no Brasil.
As peças foram devolvidas e reinstaladas em uma oficina do Helipark. Não houve troca de pás, segundo apuramos.
A Aeronáutica e a Polícia Civil apuram se as pás se soltaram. As partes do helicóptero foram levadas a um hangar da Aeronáutica, no Campo de Marte, onde fica a unidade regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
Depoimentos e investigação
Primeira testemunha da queda ouvida pela polícia, o auxiliar geral Odair Rodrigues Condé contou que estava varrendo o local onde trabalha, próximo ao local do acidente, quando ouviu o barulho do helicóptero em dificuldades. Ele acredita que o piloto tentava pousar e diz ter visto quando uma das pás se desprendeu da aeronave.
“A hélice saiu e bateu na lateral dele. Aí ele começou a girar no ar alto, girar, girar, girar, e caiu lá embaixo. Eu e eu vi a pá dele caindo aqui embaixo também, beirando a cerca”, relata o rapaz, que retornou à delegacia nesta terça-feira (7) para prestar mais esclarecimentos.
A descrição do helicóptero girando é compatível às imagens registradas por uma câmera de segurança de uma empresa próxima ao local do acidente. O vídeo mostra a aeronave despencando e girando em sentido horário. Outra câmera também flagrou o acidente. No topo superior do vídeo, o aparelho é registrado caindo em linha reta e atingindo a área do imóvel e de árvores no entorno.
A Polícia Civil quer ouvir pelo menos 20 pessoas, entre elas os responsáveis pela inspeção nas pás. Os investigadores do 1º Distrito Policial querem saber se o helicóptero da empresa Seripatri caiu por causa de falha mecânica ou humana, ou ainda a conjunção dessas duas possibilidades na queda da aeronave. Um delegado-assistente que tem licença para pilotar helicópteros ajuda na apuração.
A investigação pretende ouvir funcionários que trabalharam na manutenção e os donos da aeronave, do tipo Eurocopter, EC-155 B1, que é fabricado por um consórcio europeu. Especialistas o consideram um dos melhores e mais seguros helicópteros de transporte de passageiros.
Análise de especialistas
Duas pás, uma delas encontrada perto do condomínio onde o helicóptero caiu, estão entre os fragmentos recolhidos para análise. Moradores do Condomínio Fazendinha, que fica na altura do km 26 da Rodovia Castello Branco, viram quando o helicóptero caiu bruscamente sobre as casas.
Uma câmera de segurança também registrou a queda. Nas imagens é possível ver que um objeto vai em outra direção. Segundo o engenheiro aeronáutico Shailon Ian, a análise das pás, feita pelo Cenipa, vai revelar se elas se desprenderam da aeronave. “Em 16 anos, eu nunca vi uma pá principal se desprender”, observou.
Para o especialista, existem várias explicações para que a pá se deslocasse. Ela pode ter se soltado porque houve um choque com algum objeto enquanto voava, porque o rotor parou abruptamente e a inércia fez ela sair. A pá pode ter se soltado ainda um pouco antes da queda, quando o helicóptero bateu em uma árvore. Na queda, a aeronave atingiu três casas.
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