Homem acusado de abusar de adolescentes em igreja é considerado estuprador em série

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) considera que o ex-líder da Igreja Batista Filadélfia, Gabriel de Sá Campos, de 30 anos, é um estuprador em série. Ele foi denunciado por abusar de um grupo de adolescentes da paróquia. As investigações indicam que ele cometeu abusos sexuais contra ao menos quatro menores, podendo haver mais vítimas conforme as apurações avancem.

Essa informação foi confirmada pela 4ª Delegacia de Polícia (Guará) durante entrevista coletiva na terça-feira (23/12). O delegado-chefe, Herbert Léda, explicou que as circunstâncias dos crimes classificam Gabriel Campos como um “serial estuprador”.

“Pelo fato de ter cometido mais de quatro estupros de vulnerável, ele já é considerado um estuprador em série”, afirmou o delegado. Ele comparou a situação ao conceito de serial killer em homicídios, onde um autor mata mais de três pessoas usando o mesmo método; da mesma forma, Gabriel Campos é categorizado como um estuprador em série pelos crimes cometidos.

Gabriel de Sá Campos está detido temporariamente desde sexta-feira (19/12). Segundo as investigações, ele é filho do líder da Igreja Batista Filadélfia e exercia a função de responsável por um tipo de “ministério da sexualidade”, que oferecia orientações sobre educação sexual aos adolescentes da igreja.

Não há informações claras sobre a origem dessa seção ou como Gabriel passou a liderá-la. “Geralmente, esses cargos são informais”, explicou o delegado-chefe-adjunto Marcos Paulo Loures.

Modus operandi dos abusos

Gabriel usava sua posição na igreja para enganar as vítimas e conquistar sua confiança. Em seguida, ele ficava a sós com os adolescentes para cometer os abusos. Um dos casos ocorreu dentro da igreja, durante uma festa do pijama organizada por ele.

As denúncias indicam ainda que o ex-membro da congregação convidava os adolescentes para assistirem filmes em sua casa, no Guará (DF), como pretexto para abusar deles sexualmente. Enquanto isso, sua esposa estava em outro cômodo da casa.

Relatos mostram que Gabriel tocava as partes íntimas das crianças, que demonstravam desconforto e pediam para que ele parasse, mas eram ignoradas. Para tentar escapar, alguns adolescentes se escondiam no banheiro ou pediam para seus pais irem buscá-los.

As investigações mostram um padrão de abusos iniciados em idades precoces: vítimas do sexo masculino com idades entre 10 e 12 anos em dois casos, um adolescente de 13 a 17 anos e uma quarta vítima aos 16 anos. Os crimes teriam ocorrido desde 2019.

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) determinou a prisão temporária do acusado por 30 dias, com possibilidade de prorrogação igual por mais 30 dias.

Posição da Igreja Batista Filadélfia

Em comunicado, a Igreja Batista Filadélfia confirmou que Gabriel Campos era um “membro voluntário em funções de liderança no Ministério de Adolescentes” e declarou que ele não atuou na igreja neste ano.

A igreja ainda comentou a relação familiar entre Gabriel e o pastor presidente, enfatizando que isso não interferiu nas medidas disciplinares adotadas pelo Conselho Disciplinar nem na cooperação com a Polícia Civil e o Judiciário.

Por fim, a Igreja Batista Filadélfia ressaltou a importância da precisão das informações e da proteção da comunidade, informando que o sigilo da investigação e a privacidade dos menores impedem a divulgação de mais detalhes.