Homem é preso por engano e passa 2 meses na cadeia

O trabalhador autônomo Igor Araújo, de 29 anos, foi mantido injustamente detido por dois meses sem provas, acusado de envolvimento em sete roubos de celulares, dos quais foi considerado inocente após intervenção do Ministério Público de São Paulo (MPSP). Ele foi liberado no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Santo André, na região metropolitana, na terça-feira (5/8).

Em 4 de junho, Igor estava no Clube Desportivo Municipal Jorge Tibiriçá, na zona sul de São Paulo, quando se deparou com uma movimentação intensa que o assustou. Ele procurou abrigo atrás de um carro para entender o que acontecia.

Logo após, foi abordado por policiais militares e informado que sete criminosos haviam fugido abandonando sete Iphones roubados.

Para sua surpresa, os policiais o apontaram como integrante da quadrilha e o conduziram ao 16º Distrito Policial (Vila Clementino), onde foi preso em flagrante por roubo, sem provas, com base apenas no depoimento dos policiais.

No interrogatório, Igor negou as acusações, explicando que apenas buscou abrigo diante da correria no local. Contudo, sua justificativa não convenceu a Polícia Civil, e ele foi mantido preso preventivamente para garantir a ordem pública.

Igor ficou 62 dias detido no CDP, acusado injustamente dos crimes mencionados.

Durante a audiência de instrução realizada na terça-feira, o Ministério Público solicitou a absolvição de Igor, pedido acatado pelo juiz Marcello Ovídio Lopes Guimarães, que reconheceu a existência de dúvida razoável e insuficiência de provas para condenação, conforme previsto no artigo 386 do Código Penal.

O advogado Reinalds Klemps, que apoiou o processo de libertação e defesa, afirmou que recebeu a decisão com tranquilidade. Segundo ele, mesmo diante da seriedade e complexidade do caso, a defesa sempre confiou na inocência do cliente. Vários erros processuais cometidos na delegacia foram reconhecidos pela Justiça, demonstrando confiança no sistema judiciário.