Centro-Oeste
homem livre após 15 anos afirma não saber usar celular

Francisco Mairlon Barros Aguiar descreveu os 15 anos que passou na prisão como o fim dos seus sonhos. Sua condenação pelo Crime da 113 Sul foi anulada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que determinou sua liberdade.
O ex-detento conversou com a imprensa na casa da família situada no Novo Gama, região do Entorno do Distrito Federal.
Ao ser perguntado sobre contato com seus pais, Francisco Mairlon comentou que tudo isso é novidade para ele, lembrando que sua época era marcada pelo uso de Orkut e MSN, e que ainda não sabe mexer em celular. Ele encara sua libertação como um sonho, mas destaca o profundo erro da condenação anterior.
Ele afirmou: “Nenhuma compensação será suficiente para reparar a dor e as humilhações sofridas durante a prisão. Foi um impacto muito intenso e difícil, tendo que suportar essa injustiça.”
Francisco ressaltou que agora o principal desejo é se reunir com seus pais e conhecer seu filho, que não pôde acompanhar seu crescimento durante os anos encarcerado.
Após cumprir a pena no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, sua soltura foi formalizada com a anulação do processo pelo STJ. Familiares estavam presentes para recebê-lo no momento da saída da prisão.
Ele expressou profunda gratidão a todos que não desistiram de sua causa e refletiu sobre a resiliência necessária para superar as adversidades enfrentadas.
Francisco Mairlon foi inicialmente condenado a 47 anos de prisão por suposta participação no triplo homicídio do casal José e Maria Villela e da empregada Francisca Nascimento Silva, porém amigos que inicialmente o acusaram mudaram seus depoimentos, confirmando sua inocência.
O STJ anulou a condenação, considerando que as confissões usadas contra ele foram obtidas sem as garantias legais adequadas e sem confirmação de provas concretas, destacando que sua condenação se baseou apenas em elementos frágeis do inquérito.
Advogados da ONG The Innocence Project e da defesa apontaram que Francisco Mairlon foi injustamente acusado para satisfazer pressões na investigação policial.
Ministros do STJ defenderam mudanças na coleta de depoimentos para evitar práticas coercitivas e garantir a confiabilidade das provas, ressaltando que o caso de Francisco expõe falhas graves no sistema judicial que resultaram em 15 anos de prisão injusta.

Você precisa estar logado para postar um comentário Login