O homem que gravou um vídeo que mostra um cachorro sendo espancado pelo dono, em Tupã (SP), negou a acusação de extorsão feita por familiares do agressor, que é seu ex-patrão. Um inquérito vai ser instaurado para investigar o caso de maus-tratos e outro para apurar a possível extorsão, informou a polícia. “Segundo um familiar do agressor, o dono do cachorro estaria sendo subornado pelo ex-funcionário para ele não divulgar o vídeo”, explica o delegado seccional Luiz Antônio Hauy em entrevista ao G1.
O delegado quer saber porque ele demorou para divulgar o vídeo. O ex-funcionário, que prefere não se identificar, negou a acusação para a TV TEM. “Eu divulguei (o vídeo) porque eu acho que a Justiça tinha que ser feita. Eu nunca pedi nada para ele. Se eu extorqui, porque ele não procurou a polícia e me denunciou?”, questiona. O dono do cão não foi encontrado.
“Eu não usei em causa própria, eu esperei acabar o processo. Na época eu era funcionário da empresa e quando eu fui tentar impedir que ele espancasse o cachorro, ele perguntou se queria continuar trabalhando na empresa, aí eu me afastei e liguei o celular para filmar”, conta o ex-funcionário.
O caso aconteceu em 2014, segundo a polícia, mas o boletim de ocorrência foi registrado na segunda-feira (21). A polícia passou a investigar o caso depois que o vídeo foi compartilhado nas redes sociais.
Cachorro retirado do dono
A Polícia Militar foi acionada, mas o suspeito não foi encontrado. Um cachorro, que estava no local, está bem, sem sinais de maus-tratos. A Polícia Ambiental levou o cachorro para exames no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) e depois ele foi encaminhado para uma pessoa que vai cuidar dele.
“O cachorro foi fotografado, examinado por um médico veterinário que constatou que ele está em ótimas condições. Mas há uma coisa importante, nós temos que relacionar esse cachorro àquela filmagem, por isso que vai ser feito uma prova pericial nesse sentido”, explica o delegado da Polícia Civil Paulo César Pardo Soares para a TV TEM.
Protestos
O caso revoltou moradores da cidade, que procuraram a polícia para registrar o crime. Outras pessoas foram até a empresa do suspeito de agredir o cão na noite de segunda-feira para pedir Justiça. A Polícia Militar acompanhou a manifestação, que foi pacífica.
O delegado diz que as manifestações são permitidas. “O protesto está dentro da lei, mas a partir do momento que um cidadão queira fazer justiça com as próprias mãos, ou mesmo jogar uma pedra na casa do agressor, ele responderá criminalmente.”
Você precisa estar logado para postar um comentário Login