Homem volta, atropela e arrasta ex, diz amigo

O passageiro que estava no carro de Douglas Alves da Silva, preso por atropelar e arrastar uma mulher pela Marginal Tietê, na zona norte de São Paulo, contou em depoimento à Polícia Civil que o suspeito deu uma volta e contornou o Rio Tietê antes de jogar o veículo contra a vítima. A oitiva do passageiro contraria a versão apresentada por Douglas.

A vítima teve as pernas amputadas e está internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

A testemunha, identificada como Kauan Silva Bezerra, contou que Douglas teve um relacionamento recente com a vítima, Tainara Souza Santos. Segundo ele, o casal estava separado há pouco tempo.

No dia do crime, Kauan e Douglas foram a um bar, onde encontraram Tainara conversando com outro rapaz. Foi neste momento que, segundo o amigo do suspeito, Douglas teria ficado enfurecido e discutido com a mulher e o homem que a acompanhava. Durante a briga, Kauan pediu para irem embora e os dois entraram no carro de Douglas, um Golf preto.

No entanto, em vez de saírem, o suspeito deu uma volta, contornando o rio, e de repente acelerou o carro, jogando o automóvel contra Tainara. Kauan não teve tempo de evitar o ato e relatou que Douglas puxou o freio de mão propositalmente, em uma tentativa de matar a vítima.

Enquanto Douglas arrastava Tainara pela Marginal, Kauan entrou em desespero, fazendo com que o amigo parasse o carro, o que só ocorreu após gritos e discussões. Após descer do carro, Kauan ficou em choque e posteriormente colaborou com as investigações.

Câmeras de segurança captaram o momento em que Tainara é atropelada e arrastada. Ela teve as pernas amputadas e segue na UTI. Segundo os advogados da família, ela não corre risco de morte e passou por uma cirurgia recente com sucesso.

Douglas Alves da Silva foi preso e afirmou ter sido vítima de agressões pela polícia. Ele declarou arrependimento pela ação durante o interrogatório, alegando desconhecer a vítima e que o acidente teria ocorrido por falha mecânica, versão que foi desmentida pela investigação policial.

Douglas agiu por ciúmes e não aceitava o fim do relacionamento com Tainara. A irmã de Tainara relatou que Douglas a perseguia há tempos e que nunca tiveram um relacionamento sério.

Tainara Souza Santos é descrita por amigos e familiares como uma mulher alegre, mãe de dois filhos, que gostava de aproveitar a vida e era muito querida por todos. Ela trabalhava na produção de uma agência de comércio eletrônico e tinha planos para o futuro.

Os familiares, amigos e advogados afirmam que buscarão justiça para Tainara Souza Santos, garantindo que o caso não ficará impune.