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Homens presos por assediar DJ francesa na abertura de Paris-2024

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A Justiça da França sentenciou na última sexta-feira quatro indivíduos a penas de até 10 meses de detenção por assédio e ameaças virtuais contra a DJ Barbara Butch, após sua participação na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos Paris-2024.

Butch esteve presente em uma apresentação chamada “Festividade”, iniciada com a imagem de um grupo reunido ao redor de uma mesa, incluindo drag queens, o que levou certos grupos conservadores a interpretar a cena como uma sátira à última ceia de Jesus Cristo com seus discípulos.

Essas críticas evoluíram para mensagens ofensivas nas redes sociais direcionadas à reconhecida DJ parisiense e ao diretor da cerimônia, Thomas Jolly.

O Tribunal de Recursos de Paris determinou que quatro homens cumpram penas entre quatro e 10 meses por assédio digital e ameaças de violência contra Butch, tendo um quinto acusado sido inocentado.

A artista, que é abertamente lésbica e defensora dos direitos femininos, relatou durante o julgamento do dia 25 de setembro que desejou “desaparecer” e que desenvolveu agorafobia e psoríase. Desde então vem fazendo uso de antidepressivos.

Os réus, incluindo um estudante, um pai de família e um auxiliar de enfermagem presentes no tribunal, admitiram o envio das mensagens, mas negaram que tivessem intenção de ameaçar ou assediar. Muitos disseram ter se sentido ofendidos pela suposta “paródia religiosa”.

A presidente do tribunal ressaltou a gravidade das “violências digitais em larga escala facilitadas pela natureza virtual” desses ataques.

A advogada de Butch, Audrey Msellati, salientou durante o julgamento o impacto na saúde mental da cliente, que passou a sofrer de insônia, pesadelos persistentes, aumento de peso de 30 quilos e medo de sair de casa.

A sequência exibida na cerimônia de 26 de julho de 2024 recebeu críticas de políticos de direita extrema, do ex-presidente Donald Trump e do episcopado francês, que considerou o ato uma afronta ao cristianismo.

Thomas Jolly, responsável pela direção do evento, negou referências à Última Ceia e afirmou que a intenção era representar uma grande celebração pagã inspirada nos deuses do Olimpo.

Em outro caso, sete pessoas foram penalizadas em maio por enviarem mensagens ofensivas a Jolly.

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