Mundo
Hong Kong busca desaparecidos após incêndio fatal
Os bombeiros de Hong Kong continuam a busca por mais de 250 pessoas desaparecidas após um incêndio devastador em um complexo residencial, que resultou em pelo menos 55 vítimas fatais, marcando o pior desastre na região em décadas.
O fogo teve início na tarde de quarta-feira, consumindo um conjunto de oito torres residenciais com aproximadamente 2.000 apartamentos no complexo Wang Fuk Court, localizado no distrito de Tai Po, área norte da cidade, que estava em reformas. Hong Kong, conhecida por sua alta densidade populacional, ficou profundamente impactada.
O incêndio começou nos andaimes de bambu e nas redes plásticas inflamáveis que cobriam os prédios de 31 andares.
Na quinta-feira à tarde, as chamas ainda eram visíveis em algumas janelas, enquanto as equipes de bombeiros lutavam para controlar o fogo.
Autoridades confirmaram que 55 pessoas perderam a vida, sendo 51 no local e quatro posteriormente no hospital. Incêndios em quatro das oito torres foram completamente apagados, e as chamas em outros três prédios estão sob controle. A última torre não foi afetada.
Stone Ngai, um dos voluntários que organizeu pontos de apoio para os moradores e bombeiros, comentou sobre a solidariedade da comunidade: “É emocionante ver como os moradores de Hong Kong se unem e ajudam uns aos outros em momentos difíceis.”
Uma investigação foi aberta para apurar as causas do incêndio, focando especialmente na presença dos andaimes inflamáveis e das redes plásticas usadas nas reformas. A autoridade anticorrupção também está apurando possíveis irregularidades nas obras, e três homens foram detidos suspeitos de negligência ao deixarem materiais combustíveis no local.
John Lee, chefe do Executivo de Hong Kong, declarou que todas as obras importantes da cidade passarão por inspeções rigorosas.
Alerta entre os moradores
Vários residentes relataram que não houve alarme de incêndio, e que a comunicação foi feita manualmente, batendo de porta em porta para alertar os vizinhos sobre o perigo iminente.
Um dos moradores, identificado como Suen, lembrou que “o fogo se espalhou rapidamente”. Entre as vítimas estava um bombeiro de 37 anos encontrado com graves queimaduras.
Ao todo, 61 pessoas ficaram feridas, com 15 em estado crítico, 27 em estado grave e 19 em condição estável, segundo um porta-voz do governo.
Na madrugada, John Lee informou que 279 pessoas estavam desaparecidas, mas posteriormente alguns destes contatos foram restabelecidos pelas equipes de resgate.
Duas das vítimas confirmadas são trabalhadores domésticos da Indonésia.
Desafios no combate ao fogo
Durante o combate ao incêndio, partes dos andaimes queimados caíam dos prédios, dificultando o acesso dos bombeiros. Derek Armstrong Chan, vice-diretor das operações, revelou que altas temperaturas impediam o socorro imediato a algumas pessoas que pediam ajuda. O fogo se espalhou rapidamente, provavelmente agravado pelo vento.
O presidente chinês, Xi Jinping, expressou condolências e pediu esforço total para controlar o incêndio e minimizar as perdas.
Alguns moradores dos prédios vizinhos, que tiveram que deixar suas casas como medida de precaução, receberam autorização para retornar durante a tarde de quinta-feira.
Incêndios são um problema antigo na densamente povoada Hong Kong, especialmente em bairros mais carentes. Apesar de as regras de segurança terem sido reforçadas nas últimas décadas, os riscos continuam presentes.

Você precisa estar logado para postar um comentário Login