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Hospital de base mantém dez leitos de UTI fechados

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Dez leitos de UTI do maior hospital público de Brasília estão fechados por falta de profissionais. De acordo com a Secretaria de Saúde, são necessários 17 médicos, 24 enfermeiros, 12 fisioterapeutas e 44 técnicos de enfermagem para inaugurar os novos espaços no Base. Dados da Defensoria Pública apontam que os pedidos de vagas em terapia intensiva são o principal motivo de ações judiciais contra a pasta.

A expectativa é de que os leitos, criados para atender pacientes cirúrgicos, sejam disponibilizados assim que os profissionais aprovados no concurso público de setembro deste ano sejam contratados. Não há expectativa de que isso aconteça até o final do ano. Com uma dívida estimada em R$ 150 milhões, a secretaria tem remanejado dinheiro de programas como dengue e Aids para pagar fornecedores e conseguir manter a rede abastecida com medicamentos e materiais hospitalares básicos, incluindo seringa e gaze.

Em setembro uma família para conseguir UTI para um estudante de arquitetura de 21 anos com câncer no pulmão e insuficiências renal e cardíaca foi uma saga. Morador do Recanto das Emas, ele deu entrada no Hospital Regional da Asa Norte no dia 23 de outubro, após apresentar dificuldades para respirar e ter uma parada cardíaca.

O garoto, que faz hemodiálise três vezes por semana e usa quimioterápicos orais, sofreu uma piora em 11 de novembro. O laudo entregue pelos médicos que o acompanhavam dizia que ele corria risco de morte. Ainda assim, a família precisou acionar a Defensoria Pública duas vezes – o primeiro pedido de internação foi ignorado, e o órgão entrou então na Justiça, que determinou multa diária caso a vaga não fosse disponibilizada.

A transferência ocorreu na noite do dia 14. “Estou me sentindo uma pessoa inútil em um país sem lei. Eu me sinto um nada. A gente não pode fazer o que tem que ser feito. Perguntei na Defensoria Pública o que eu poderia fazer se o governo não autorizasse e me disseram que nada”, afirmou, na época, a mãe dele, Maria do Socorro.

Atualmente, o Hospital de Base tem 60 leitos de UTI em funcionamento. A rede toda conta com 423 vagas, incluindo as próprias, conveniadas e contratadas. A Secretaria de Saúde não informou o tamanho da lista de espera. “O número de pacientes que aguarda por vagas de UTI muda constantemente”, disse em nota.

A Defensoria Pública do Distrito Federal  entrou com 1.396 ações contra a Secretaria de Saúde em 2013 – uma média de quatro casos por dia. As maiores demandas foram, respectivamente, por UTI, medicamentos, cirurgias e exames. Então coordenador do Núcleo de Saúde da Defensoria Pública do DF, Ramiro Sant’Ana afirmou que 90% das ações judiciais contra a pasta não são cumpridas dentro do prazo estipulado pela Justiça.

O secretário-adjunto na época, Elias Miziara, reconheceu o problema e afirmou que a situação acontecia principalmente por causa da “burocratização na saúde”. “No caso das compras de remédios, as leis brasileiras acabam dificultando as compras no serviço público. Impuseram tantas regras que hoje, para você conseguir fazer essas compras, é até um ato heroico.”

Um balanço da Defensoria Pública aponta que o órgão prestou 13.389 atendimentos no ano passado. Os casos que o órgão não conseguiu resolver administrativamente com a secretaria viraram ações judiciais. Foram 446 pedindo por UTI, 307 solicitando medicamentos, 269 pleiteando cirurgias e 123 demandando realização de exames.

Fonte: G1

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