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Hospital de Ceilândia, no DF, passa a atender apenas pacientes com Covid-19
Por conta do aumento dos casos do novo coronavírus, o Hospital Regional de Ceilândia (HRC) passou a atender apenas pacientes com a Covid-19. A região é a mais afetada pela doença na capital e, até o início da tarde desta sexta-feira (12), tinha 2.501 casos e 58 mortes.
Segundo a Secretaria de Saúde (SES-DF), a mudança começou na última segunda-feira (8). A pasta afirma que o pronto-socorro de ortopedia e cirurgia geral do HRC foi transferido para os hospitais regionais de Taguatinga e Santa Maria. A unidade mantém apenas uma ala para atender possíveis emergências nas duas especialidades.
E mesmo assim, a alta procura por atendimento preocupa. Na quinta (11), 20 pacientes com quadros leves de Covid-19 foram transferidos para o hospital de campanha do Estádio Mané Garrincha e outras duas unidades. O objetivo é “abrir vagas para ampliar a capacidade de atendimento na região que registra o maior número de casos da doença”.
Atendimento exclusivo
Segundo a Secretaria de Saúde, o plano inicial era realizar a mudança gradativamente, à medida em que os leitos do hospital precisassem ser liberados para pacientes com o novo coronavírus.
No entanto, antes do fim desta semana, o pronto-socorro do HRC já atendia somente pacientes com a doença. Na quinta-feira (11), 23 pacientes com sintomas de Covid-19 foram transferidos de outras unidades para o hospital.
Nesta sexta (12), segundo a SES-DF, o pronto-socorro do HRC, com capacidade para 38 leitos, possuía 25 pacientes internados. Na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), cinco dos dez leitos estavam ocupados.
Caos no HRC
Por conta do grande volume de transferências na noite de quinta-feira, ambulâncias que transportavam pacientes com a Covid-19 fizeram fila na porta do HRC .
Uma funcionária do hospital, que não quis se identificar, afirmou que faltam médicos e equipamentos para receber todos esses pacientes. “Não tem aparelhagem, não tem nada, nem termômetro nós temos. Os pacientes estão com febre e a gente não tem como verificar”, afirma.
“Quando eles decidem entubar, não tem respirador, não tem oxigênio. Não tem ponto de oxigênio para gente colocar os pacientes no ponto de oxigênio. Aí tem uma bala de oxigênio que a gente tem que ficar revezando entre os pacientes”.
Na quarta-feira (10), o GDF começou a construir uma nova ala no Hospital de Ceilândia, também para atender pacientes com Covid-19. O governo promete 70 leitos de enfermaria, e três de UTI, com suporte respiratório. A previsão é que o espaço esteja funcionando em 11 de julho.
Hospitais de Campanha
No mês passado, o GDF também prometeu construir um hospital de campanha em Ceilândia, ao lado da UPA. No entanto, um mês depois, a proposta ainda não saiu do papel.
Já o hospital de campanha do estádio Mané Garrincha tem recebido pacientes do HRC e do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN). A unidade é para pacientes que se encontram estáveis e precisam de enfermaria de retaguarda.
O Mané Garrincha conta com 173 leitos, dos quais 80 estão ocupados. Um total de 79 pacientes já recebeu alta do hospital de campanha.
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