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Hospital do DF suspende exames de sangue por falta de reagentes

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Unidade em Sobradinho emitiu circular; apenas urgências serão atendidas. Região tem demanda de 8 mil a 10 mil hemogramas ao mês, diz secretaria.

Circular suspendendo hemogramas 'não emergenciais' na rede pública de Sobradinho, no DF (Foto: Reprodução)

Circular suspendendo hemogramas ‘não emergenciais’ na rede pública de Sobradinho, no DF
(Foto: Reprodução)

O Hospital Regional de Sobradinho, no Distrito Federal, suspendeu os exames de sangue “não emergenciais” a partir desta quarta-feira (13), por tempo indeterminado. Segundo a Secretaria de Saúde, apenas pacientes graves poderão fazer o hemograma básico, fundamental para identificar doenças e monitorar tratamentos.

A medida afeta toda a atenção primária de Sobradinho, incluindo três centros de saúde, emergência do hospital regional, a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) e as equipes de Saúde da Família que fazem atendimento domiciliar. A secretaria chama a suspensão dos hemogramas sem urgência de “racionalização”.

Em nota, a subsecretaria responsável pelo abastecimento de insumos da rede diz estimar que “até o final da próxima semana a região de saúde Norte receberá o reagente”. Além de Sobradinho, a região Norte definida pela Saúde do DF abrange Planaltina, incluindo regiões como Estância Mestre d’Armas e Arapoangas.

A região Norte de saúde requer de 8 mil a 10 mil hemogramas ao mês, segundo a Secretaria de Saúde. A pasta não informou qual a porcentagem de exames considerados “de urgência”, geralmente, nem a capacidade de atender a esta demanda enquanto o estoque não é reposto.

Crise na região
Na terça (12), circular emitida pela gerência-geral da UPA de Sobradinho proibiu servidores de informar aos pacientes sobre a falta de médicos na unidade. Em nota, a Secretaria de Saúde diz que a medida foi tomada para “evitar a desinformação (ou informação incorreta) e preservar o direito de o paciente ser atendido”.

O gerente da unidade, Daniel Vidal, afirmou que apura uma denúncia de suposta sabotagem cometida por servidores. “Já tínhamos uma suspeita, mas não conseguíamos comprovar. No dia 1º, uma paciente veio se consultar e não conseguiu, reclamou na ouvidoria que não tinha médico. Eu estava aqui, tínhamos quatro médicos”, diz o gerente-geral da UPA.

Desde o último 27, quando o Hospital Regional de Sobradinho deixou de oferecer clínica médica no pronto-socorro, a UPA da região concentra todos os atendimentos deste tipo. A unidade também oferece serviços de odontologia e pediatria.

A mudança é uma tentativa de desafogar o atendimento de outras especialidades no hospital, segundo a Secretaria de Saúde. Apesar disso, não houve reforço na equipe da UPA, que atua com três médicos por turno.

Em maio, auditoria do Tribunal de Contas apontou que o hospital de Sobradinho teve o pior desempenho entre as unidades do DF, entre janeiro e abril de 2016. Segundo os técnicos, 94% dos doentes com risco de morrer não recebem atendimento imediato.

Das 13.549 pessoas que procuraram o hospital no mês de abril, quase 10 mil não tiveram o acolhimento realizado de forma correta segundo os técnicos do Tribunal de Contas. Mesmo entre aqueles que passaram pela classificação, o tempo de resposta do atendimento é muito lento.

 

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